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quinta-feira, 19 de dezembro de 2024
Caso Marielle

Lessa e Élcio são condenados pelos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes

Lessa foi setenciado a 78 anos e 9 meses, e Queiroz a 59 anos e 8 meses de prisão

Postado em 31 de outubro de 2024 por Bruno Goulart
Lessa e Élcio são condenados pelos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes
Foto: Divulgação/Brunno Dantas/TJ-RJ

Os ex-sargentos da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, foram condenados, nesta quinta-feira (31/10) pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018.

O julgamento, que se estendeu por dois dias, setenciou Lessa a 78 anos e 9 meses, e Queiroz a 59 anos e 8 meses de prisão. Além disso, ambos terão de pagar pensão ao filho de Anderson até que ele complete 24 anos e indenizações por danos morais aos familiares das vítimas.

A sentença foi lida pela juíza Lúcia Glioche, que destacou o duplo homicídio triplamente qualificado cometido pelos réus, que incluiu emboscada e motivação torpe. Glioche ressaltou que, embora a Justiça possa ser lenta, ela chega, inclusive para aqueles que acreditam estar acima dela. Lessa e Queiroz permanecerão em prisão preventiva, sem direito de recorrer em liberdade.

Leia mais: Anielle celebra condenação dos assassinos de Marielle; “Gosto de justiça”

Durante o julgamento, nove testemunhas foram ouvidas, incluindo a assessora Fernanda Chaves, que sobreviveu ao atentado.

As testemunhas apresentaram relatos detalhados sobre o dia do crime e o impacto das perdas para as famílias de Marielle e Anderson. Lessa e Queiroz participaram do julgamento por videoconferência das penitenciárias em que estão presos, respectivamente em São Paulo e Brasília.

Motivações para o assassinato de Marielle Franco

Os depoimentos dos réus trouxeram novas informações, com Lessa alegando que o crime teve motivação financeira ligada à Milícia e Queiroz afirmando que soube da identidade da vítima apenas momentos antes do atentado.

A defesa tentou argumentar pela redução de pena para Queiroz, afirmando que seu papel no crime foi secundário em relação ao de Lessa, que teria planejado e executado os disparos.

Os crimes, que chocaram o Brasil e geraram repercussão internacional, motivaram uma investigação extensa sobre a influência das milícias no Rio de Janeiro. Além das condenações de Lessa e Queiroz, novos suspeitos e possíveis mandantes foram identificados e presos ao longo das investigações.

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