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quarta-feira, 11 de dezembro de 2024
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Golpe de Estado

Em áudio, Cid diz que conversaria com Bolsonaro sobre suposta trama golpista

Áudios mostram então ajudante de ordens de Jair Bolsonaro conversando com general Mario Fernandes para “consumação”, aponta PF

Postado em 25 de novembro de 2024 por Bruno Goulart
Em áudio, Cid diz que vai conversar com Bolsonaro sobre suposta trama golpista
Foto: Agência Brasil

Em áudio obtido pela Polícia Federal (PF) durante investigações sobre uma suposta trama golpista, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), sugeriu que a “consumação” de um golpe de Estado deveria ocorrer antes do dia 12 de dezembro de 2022, data da diplomação de Lula e Alckmin no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“O tempo está curto, né, não dá para esperar muito mais passar. Teria que ser antes do dia 12”, afirmou Cid em conversa com o general Mario Fernandes.

Na conversa, o general Mario Fernandes solicitou que Mauro Cid intercedesse diretamente junto ao então presidente Jair Bolsonaro.

Leia mais: Segundo a PF, Alexandre de Moraes seria a 1ª vítima do atentado

“Eu estou tentando agir diretamente junto às forças, mas, pô, se tu pudesse pedir para o presidente ou para o gabinete do presidente atuar […] Hoje chegou para a gente que parece que existe um mandado de busca e apreensão do Supremo em relação aos caminhões que estão lá [nos protestos]”, relatou Fernandes.

Em resposta, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro disse que conversaria com o então presidente sobre a proposta. “Pode deixar, general. Vou conversar com o presidente. Mas ele tem essa personalidade às vezes né. Ele espera, espera, pra ver até onde vai”, ressaltou Cid.

Suposta trama golpista

De acordo com a PF, o general Fernandes, preso na semana passada, começou a expressar de forma clara suas intenções antidemocráticas no início de dezembro de 2022. Mensagens de áudio enviadas a Mauro Cid reforçavam pressão para que o golpe fosse consumado antes da diplomação presidencial.

Os áudios revelam a estratégia de articulação entre membros das Forças Armadas, setores do agronegócio e caminhoneiros alinhados a movimentos antidemocráticos. A PF descreve essas interações como parte de uma tentativa coordenada de abolição do Estado democrático de direito.

A Polícia Federal concluiu que as mensagens configuram uma tentativa explícita de golpe, com os envolvidos pressionando para ações concretas contra o processo de transição presidencial. Mauro Cid e Mario Fernandes desempenharam papéis centrais nas articulações, segundo os investigadores.

Na semana passada, Mauro Cid e Mario Fernandes foram indiciados por tentativa de golpe de Estado, organização criminosa e abolição do Estado democrático de direito. As ações integram as investigações que apuram atos antidemocráticos e manifestações golpistas desde o segundo semestre de 2022.

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