Disputa pela Câmara de Aparecida se restringe ao grupo de Vilela
Prefeito eleito não escolhe candidato, mas faz questão que disputa seja entre vereadores da base
A disputa pela Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia tem movimentado os players políticos da cidade administrativa. Com Tatá Teixeira (União Brasil) e Gilsão Meu Povo (MDB) na dianteira pela disputa da principal cadeira da Casa, Leandro Vilela (MDB) observa as movimentações pelo controle da Câmara de Vereadores da cidade vizinha à capital goiana.
Vereador mais votado na cidade, com 3.841 votos válidos, Gilsão articula com demais vereadores para criar robustez ao seu projeto político de presidir a Casa. O emedebista é próximo do prefeito eleito e integra o grupo de Vilela. Para além disso, sua relação se estende ao vice-governador Daniel Vilela (MDB), primo de Leandro.
O vereador também tem trabalhado para receber o apoio da base do candidato derrotado no segundo turno, Professor Alcides (PL). Gilsão trabalha para aglutinar os vereadores da oposição – que está enfraquecida após a derrota de Alcides, que se isolou politicamente.
Tatá, por sua vez, freou sua candidatura. Segundo uma fonte próxima ao vereador do União Brasil – o segundo mais bem votado em Aparecida – ouvida pela reportagem do jornal O Hoje, não se trata de um recuo. A leitura é que Tatá, e o grupo político em seu entorno, trabalha com a ideia de continuar as tratativas na disputa pela Câmara após a diplomação. As conversas devem se intensificar quando Vilela estiver, de fato, no comando da prefeitura.
O grupo, que também conta com o ex-prefeito Gustavo Mendanha (MDB), crê que Vilela precisa de tranquilidade no período de transição e focar sua atenção nos problemas que a cidade vive. Vilela, em reunião com vereadores da base – incluindo Gilsão e Tatá – e demais membros de seu entorno, prometeu não interferir nas eleições da Mesa Diretora da Câmara Municipal, desde que o presidente seja alguém que integre seu grupo político.
A fonte ouvida pela reportagem do jornal garante que Tatá é um político com perfil conciliador, já que sempre trabalhou com seu grupo político. Uma possível vitória de Tatá, fortalece Mendanha. A relação de ambos extrapola gerações, já que o pai do vereador, ex-prefeito Norberto Teixeira, era aliado político do pai de Gustavo, Léo Mendanha.
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Tranquilidade para Leandro
Para garantir uma governabilidade tranquila, é essencial que Leandro garanta que a Câmara – e sobretudo sua base – estejam em harmonia. Além do foco no período de transição, o prefeito eleito já trabalha para angariar recursos.
Vilela esteve em Brasília nesta semana. Por lá, visitou o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), e o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF).
Em relação ao NDB, o banco dos Brics – bloco econômico que reúne Brasil, China, Rússia, África do Sul – Vilela manifestou o interesse em dar sequência à tratativa do programa de financiamento de obras de infraestrutura, educação e meio ambiente na ordem de 120 milhões de dólares.
Além disso, Leandro buscou apoio de deputados da bancada goiana na Câmara. O emedebista apontou dificuldades financeiras para o funcionamento do Hospital Municipal de Aparecida e das unidades de saúde, a criação de vagas em Centros Municipais de Educação Infantil, o subsídio do transporte coletivo, infraestrutura e zeladoria da cidade.
Para tratar dos problemas que permeiam a cidade administrativa, Vilela necessita estabilidade no legislativo aparecidense. As eleições para a Mesa Diretora podem acontecer em uma disputa entre Tatá e Gilsão ou um consenso entre as partes. Acima de tudo, Vilela espera uma disputa respeitosa e que não extrapole o campo político do seu entorno. (Especial para O Hoje)