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sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
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De olho em 2026

Mais importante que eleger deputados e governadores, PL quer formar maioria no Senado

Partido quer eleger o maior número possível de senadores para ter força suficiente para enfrentar o que considera ser o “ativismo judicial” do Supremo Tribunal Federal

Postado em 10 de janeiro de 2025 por Bruno Goulart
Mais importante que eleger deputados e governadores, PL quer formar maioria no Senado
Foto: Senado Federal

De olho em 2026, o Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro, estabeleceu uma estratégia clara: conquistar a maioria no Senado Federal. Para além de eleger governadores e deputados, a prioridade do partido é fazer o maior número de senadores, com um único objetivo: o de conter o que consideram ser o “ativismo judicial” do Supremo Tribunal Federal (STF). Para o PL, a maioria no Senado é fundamental, pois é a única casa legislativa capaz de barrar ou moderar decisões da Suprema Corte brasileira.

Embora inicialmente houvesse esperança de que Bolsonaro pudesse se tornar elegível por meio de um perdão político ou judicial, essa possibilidade foi completamente descartada, o que enfraquece o partido. Agora, a aposta do PL recai sobre Michelle Bolsonaro, que disputará uma vaga ao Senado pelo Distrito Federal. A região é a única unidade da federação com possibilidade de eleger dois senadores em 2026, e Michelle tem potencial para conquistar cerca de um milhão de votos, segundo estimativas. Com uma votação expressiva, ela poderia impulsionar a eleição de Bia Kicis, deputada federal e aliada fiel do bolsonarismo, que também deve concorrer ao Senado.

Leia mais: Paulo do Vale, a figura estratégica do governo no sudoeste goiano

No entanto, a disputa no Distrito Federal não será fácil. Bia Kicis (PL) enfrentará o atual governador Ibaneis Rocha (MDB), que também planeja se candidatar ao Senado. Essa concorrência pode ser um problema para Kicis, que tem uma atuação polêmica, especialmente em relação ao STF, com certos afrontes aos ministros. Caso não consiga se eleger, Kicis perderá o foro privilegiado, o que poderá complicar sua situação judicial.

PL em Goiás

Já em Goiás, o PL também aposta em nomes fortes para o Senado, como o deputado federal Gustavo Gayer e o vereador de Goiânia, Vitor Hugo. A decisão final sobre as candidaturas, no entanto, caberá ao próprio Bolsonaro. Vitor Hugo confirmou ao jornal O Hoje que seu nome está à disposição do partido, destacando que Bolsonaro o incentivou a disputar a vereança em 2023 para preparar uma eventual candidatura ao Senado ou outra posição estratégica em 2026. “O mais importante é conquistar mais de 54 cadeiras no Senado. Estou focado no meu mandato, mas pronto para atender ao chamado do presidente”, afirmou.

A estratégia do PL é aproveitar o cenário favorável em estados de maioria conservadora, como Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso, Rio de Janeiro e São Paulo, para aumentar sua representação no Senado. A intenção é, na visão de seus filiados, equilibrar os poderes, garantindo que cada um cumpra seu papel constitucional sem interferir no outro. Segundo lideranças do partido, “o objetivo é uma convivência mais harmônica entre os poderes”.

Ao O Hoje, o cientista político, consultor legislativo e estrategista eleitoral Paulo Kramer destacou que o mais importante, neste cenário, é o PL ter candidatos com “ficha-limpa” nas próximas eleições de 2026. Segundo Kramer, tão crucial quanto conquistar a maioria no Senado é garantir que os eleitos não tenham pendências judiciais, o que poderia comprometer sua atuação política. “O PL precisa que esses eleitos tenham ficha limpa, sem rabo preso na Justiça, pois é isso que enfraquece a capacidade do partido de oferecer uma resistência efetiva aos desmandos políticos do STF”, pontuou.

Kramer considera que Bia Kicis, Gustavo Gayer e Marcel van Hattem (Novo) seriam os nomes mais apropriados para a campanha, a quem ele define como “gente corajosa e, ao mesmo tempo, ficha-limpa”.

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