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sexta-feira, 24 de janeiro de 2025
Catapulta

Gusttavo Lima é ferramenta para Caiado, avaliam cientistas

Cantor é estratégico para fazer o governador alcançar um público que talvez ele não chegue fora do Estado

Postado em 24 de janeiro de 2025 por Francisco Costa
Ronaldo Caiado e Gusttavo Lima Foto Reprodução
Ronaldo Caiado e Gusttavo Lima Foto Reprodução

O cantor Gusttavo Lima declarou em dezembro de 2024 que pretende disputar a Presidência da República, mas, possivelmente, trata-se apenas de um balão de ensaio. Analistas políticos avaliam que o sertanejo deve concorrer ao Senado com o apoio do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), que é pré-candidato à presidência da República.

Na última semana, os dois se encontraram. Caiado e Lima são próximos e até já viajaram juntos para a Grécia. O governador disse em entrevista, no sábado (18), que convidou o cantor para caminhar com ele em sua campanha ao Planalto, que ele lança em março.

“Ele vai lá se colocar [na disputa para presidente]. Eu o convidei para caminharmos juntos: ‘Olha, você quer iniciar? Vamos embora, eu vou começar em março’. Nós começaríamos lá por Salvador”, disse o governador ao CNN Entrevistas.

Além disso, ele lembrou que, desde 2022, Lima sinalizou o desejo de entrar na política. “Em 2022, ele [Gustavo Lima] já se colocou como pré-candidato ao Senado Federal, só não foi candidato porque não tinha idade, estava com 34, não é novidade […] Ele já disse que vai diminuir o número de shows.”

Essa tranquilidade de Caiado com um potencial adversário pode sinalizar os planos do governador. Professor e cientista político, Guilherme Carvalho avalia que Lima é estratégico para fazer Caiado alcançar um público que talvez ele não alcance fora do Estado.

“Ele também é um nome sólido para o Senado, para que o Caiado tenha segurança de fazer as duas cadeiras.” É preciso lembrar que o governador já tem como pré-candidata à Casa Alta do Congresso a primeira-dama Gracinha Caiado.

Guilherme ainda reforça que o nome de Lima fortifica a base, inclusive fora da política, pois existe um grande apelo público. “Como estamos vendo.” Questionado se o governador poderia fechar apenas nesses dois nomes [Gusttavo e Gracinha], o cientista acredita que não.

Assim como em 2022, podem ir outros candidatos avulsos. Não devem ter necessariamente a bênção de Caiado, mas algum apoio. “É a regra é tentar manter o status quo [as coisas como estão] dentro do Estado e ampliar no nacional, atacando em todas as frentes. Gusttavo é uma ferramenta nova e Caiado deve tentar bancar outsider para desenvolver seu próprio potencial candidato.”

Leia mais: Bolsonaro avalia nomes da direita para presidência e descarta Caiado: “Não tem nome”

Também professor e cientista político, Marcos Marinho vê o nome de Gusttavo Lima como estratégia para alavancar Caiado. Ele, inclusive, não crê que o sertanejo dispute algum cargo, mesmo senador. “Vamos lembrar que você tem aí uma composição política que tem que ser feita e a base do Caiado já é muito grande”, analisa.

Para ele, seria inviável o União Brasil colocar dois nomes na chapa de Daniel Vilela ao Senado, mesmo existindo a possibilidade de candidatos avulsos. “Gustavo é muito mais útil como cabo eleitoral do Caiado. Então, na minha visão, isso [dele se lançar à presidência ou ao Senado] é um ‘clickbait’ de marketing político. Para gerar notícia e arrastar junto o nome do Caiado.”

Para Marinho, não se sustenta enquanto ação política. “acredito cabalmente que é muito mais estratégia de propaganda do que de fato uma ação política. Até porque, o Gusttavo não tem qualquer lastro político.”

Base

Em 2026, quando ocorrem as disputas à presidência, governo, Senado e demais Legislativos, o vice-governador Daniel Vilela (MDB) será o candidato à sucessão de Caiado. Caberá a ele acomodar a chapa com os partidos aliados.

Presidente estadual do PP, Alexandre Baldy deve entrar na disputa, assim como em 2022. O ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (MDB), e o deputado federal Zacharias Calil (União Brasil) também podem concorrer – este último colocou o nome na última eleição, mas resolveu adiar a vontade.

Apesar de duas vagas, são muitos nomes para acomodar. Para manter a base, Daniel precisará articular bem com os espaços para Senado (inclusive suplentes) e a vice.

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