Popularidade de Lula cai a 24%, menor índice de todos seus mandatos
Avaliação positiva do governo despenca de 35% para 24% em dois meses, com queda acentuada entre eleitores de baixa renda e redutos tradicionais do PT
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A popularidade do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atingiu o menor índice de avaliação positiva da série histórica do Datafolha em seus três mandatos.
Segundo a pesquisa divulgada na última sexta-feira (14/2), apenas 24% dos brasileiros consideram a gestão atual “ótima” ou “boa”, uma queda de 11 pontos percentuais em relação ao levantamento de dezembro. A avaliação negativa (ruim ou péssima) subiu de 34% para 41%, também um recorde. Entre os eleitores que votaram em Lula no segundo turno de 2022, a queda foi ainda mais acentuada: de 66% para 46%.
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A erosão na popularidade é puxada por grupos tradicionalmente alinhados ao PT, como eleitores de baixa renda e da região Nordeste. Entre quem ganha até dois salários mínimos, a avaliação positiva caiu de 44% para 29%. No Nordeste, o índice despencou de 49% para 33%.
A alta nos preços dos alimentos e a crise gerada pela proposta de monitoramento de transações financeiras, incluindo o Pix, são apontadas como fatores que contribuíram para o tombo. Além disso, a avaliação negativa é mais forte entre as classes média e alta, com vantagens de até 45 pontos percentuais entre os que ganham mais de 10 salários mínimos.
Repercussão
Apesar do cenário desfavorável, aliados do governo comemoram o fato de a maior parte dos eleitores de Lula ter migrado para a avaliação “regular” (40%), o que facilitaria uma eventual recuperação. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, destacou que Lula tem “humildade e experiência” para reagir, citando a queda da inflação e do dólar como sinais positivos.
Já a oposição celebrou os números, com o senador Ciro Nogueira (PP-PI) afirmando que “o Lula mais à margem dos 3 é o mais rejeitado de todos os Lulas”. O governo agora busca ajustes na comunicação e políticas para reconquistar a confiança dos eleitores, especialmente dos mais afetados pela inflação.