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Crise na saúde

Depois de ensaio de CPI na Saúde, secretário acerta encontro com deputados na Alego

Bruno Goulart A crise entre o secretário estadual de Saúde, Rasível Santos, e a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) está longe de ser resolvida, mas ganhará um novo capítulo no próximo dia 15 de abril. Naquele dia, às 9h, o gestor voltará ao parlamento goiano para tentar explicar uma série de questionamentos que quase resultaram […]

Bruno Goulartpor Bruno Goulart em 4 de abril de 2025
Depois de ensaio de CPI na Saúde, secretário acerta encontro com deputados na Alego
Foto: Reprodução

Bruno Goulart

A crise entre o secretário estadual de Saúde, Rasível Santos, e a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) está longe de ser resolvida, mas ganhará um novo capítulo no próximo dia 15 de abril. Naquele dia, às 9h, o gestor voltará ao parlamento goiano para tentar explicar uma série de questionamentos que quase resultaram na abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) – a mais temida ferramenta de pressão do Legislativo sobre o Executivo.

O convite partiu do líder do governo na Alego, deputado Talles Barreto (União Brasil), em uma tentativa de acalmar os ânimos da base governista, que nos últimos meses tem se mostrado insatisfeita com a gestão da Saúde no estado. A reunião, no entanto, não será um simples protocolo. Rasível terá de responder a perguntas incômodas sobre supostas irregularidades na compra de medicamentos e na relação com as Organizações Sociais (OS) que administram hospitais públicos do Estado.

O estopim da crise

A insatisfação dos deputados com o secretário não é recente, mas ganhou contornos mais graves no início deste ano, quando Rasível foi convidado a prestar contas sobre a situação da Saúde no Palácio Maguito Vilela, sede do governo estadual. Na ocasião, ele deixou a reunião antes do previsto, alegando um “compromisso inadiável”. A justificativa não colou entre os parlamentares, que se sentiram desrespeitados pela falta de tempo para questionamentos.

Leia mais: Na Bahia, Caiado chega ao palanque carregado por apoiadores

O clima só piorou em 13 de março, durante uma sessão ordinária na Alego, quando deputados da própria base governista cobraram explicações sobre a falta de medicamentos para pacientes com fibrose pulmonar idiopática – uma doença respiratória crônica – cadastrados na Central Estadual de Medicação de Alto Custo (Cemac) Juarez Barbosa. A situação expôs fragilidades na gestão de insumos médicos e aumentou a pressão por transparência.

Mas o secretário nega qualquer irregularidade e ainda destaca sua trajetória na gestão pública, como coordenador do Hospital Sírio Libanês e subsecretário estadual de saúde de Minas Gerais. “Nossos dados estão todos na transparência e não tem nenhuma questão que foge às regras da transparência, da licitude e do correto emprego dos recursos públicos”, afirma.

A CPI que quase saiu do papel – ou não

A gota d’água para muitos parlamentares foi a percepção de que o secretário estava evitando o diálogo e sendo . Tanto que o deputado Gustavo Sebba (PSDB) chegou a protocolar um requerimento para a criação de uma CPI da Saúde, com o objetivo de investigar não apenas a falta de remédios, mas também a relação do governo com as OS – entidades que, em tese, deveriam melhorar a eficiência da gestão hospitalar, mas que muitas vezes são alvo de suspeitas.

A proposta, no entanto, não deve avançar. O principal obstáculo foi justamente o líder do governo na Alego, Talles Barreto, que fez um movimento nos bastidores para convencer Sebba a recuar. Em declaração à imprensa, Talles admitiu ter pressionado o colega: “Conversei muito com o Gustavo para não montar essa CPI. Falei que o Rasível viria e não havia necessidade de criar esse clima aqui”.

Além disso, instaurar uma CPI para investigar uma secretaria do governo Caiado ao mesmo tempo em que ele lança sua pré-candidatura à presidência, poderia levar muitos prejuízos ao governador.

Portanto, Talles calcula: uma CPI, mesmo que controlada pela base governista, poderia gerar desgaste desnecessário para o Executivo em um momento em que a saúde já é um tema sensível para a população. Além disso, o partido União Brasil, ao qual Talles e o governador Ronaldo Caiado são filiados, não quer ver seu nome associado a investigações que possam manchar sua imagem na corrida eleitoral que se aproxima.

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