Ato na Avenida Paulista reúne sete governadores e outras lideranças
Bolsonaro diz que Congresso pode votar por anistia e acusa o STF de ter dado golpe em 2022

O ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), neste domingo (6), reúne sete governadores e outras lideranças da direita na Avenida Paulista, na cidade de São Paulo. Dentre os gestores estaduais, estavam presentes: Romeu Zema (NOVO) de Minas Gerais, Jorginho Mello (PL) de Santa Catarina, Tarcísio de Freitas (Republicanos) de São Paulo, Ronaldo Caiado (União) de Goiás, Wilson Miranda (União) do Amazonas, Ratinho Júnior (PSD) do Paraná e Mauro Mendes (União) do Mato Grosso. Com discursos inflamados em prol do Projeto de Lei da Anistia dos presos do 8 de janeiro, a direita brasileira, de diferentes partidos políticos, demonstra a sua capacidade de aglutinação.
Foram dois carros de som: um com deputados estaduais, federais e prefeitos; outro com a esposa e filhos do ex-presidente – menos o Eduardo –, ex-ministros, quinze senadores e sete governadores. No alto do carro de som principal, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro (PL), o líder da igreja da Assembleia de Deus, Silas Malafaia, e Jair Bolsonaro discursaram a favor da anistia e aclamaram pela solidariedade. O ex-presidente comenta sobre a importância da liberdade para o homem e a mulher e acusa o Supremo Tribunal Federal (STF) de ter dado um golpe em 2022, por ter, em sua visão, atuado contra a sua campanha política. Além disso, convida a mãe e a irmã da Débora [cabelereira de 39 anos condenada a 14 anos de prisão] para ficar ao seu lado durante a sua fala.
Leia mais: Datafolha: 67% dos brasileiros acreditam que Bolsonaro deve desistir de candidatura em 2026
“Meu Brasil, boa tarde. Meus cumprimentos a todos vocês, que dedicaram esse domingo para aqui comparecer para lutar por aquilo que acho que é mais importante que a própria vida, é a nossa liberdade. O homem ou a mulher, sem liberdade, não vive. Na semana passada, neste mesmo local, um evento patrocinado pela esquerda, PT e PSOL [vaias do público]. O que vieram pedir aqui? Vieram falar contra a anistia, e pela prisão de Bolsonaro [na terceira pessoa]. Quanto à anistia, já perderam essa guerra. A grande maioria do povo brasileiro entende as injustiças. E agora se socorre na nossa Câmara Federal, do Senado Federal, para se fazer justiça. E a anistia é competência privativa do Congresso Nacional”, afirma Bolsonaro.
O ex-presidente explica que o Congresso tem competência para anistiar: “caso eles [o Congresso] votem, o projeto seja sancionado, ou promulgado, no caso de um veto, vale a anistia. Nós estamos aqui, em grande parte, impulsionados pelo episódio da Débora [cabeleireira condenada a 14 anos de prisão]”.
“Agora vamos ver quem deu golpe, em outubro de 2022. Quem tirou o Lula da cadeia? Um cara condenado em três instâncias, por corrupção, por lavagem de dinheiro… é tirado da cadeia. Quem descondenou o Lula para ele fugir da Lei da Ficha Limpa e se tornar candidato? Os mesmos. E o golpe, o que mais eles fizeram para colocar o Lula lá [na presidência]? Vou falar algumas coisas aqui: não pude mostrar, durante a propaganda eleitoral, de 2022, o Lula falando que era ‘legal roubar celular’ porque, esses vagabundos queriam ‘tomar uma cervejinha’; não pude mostrar imagens do Lula defendendo o aborto; não pude mostrar imagens dele do lado de ditadores, como: Ortega [Nicaragua], Maduro [Venezuela], Ahmadinejad [Irã], entre outros; não pude mostrá-lo no Morro do Alemão sendo recebido por traficantes”, aponta.
“Quando me reuni com embaixadores, me tornaram inelegível. Não pude mostrar imagens discursando na Câmara. No enterro da Rainha, derrubaram páginas, criaram resoluções fora do tempo legal, para perseguir a direita. Fizeram a campanha para menores tirarem títulos de eleitor, e nessa faixa etária, 75% votam na esquerda. Foram mais 4 milhões de novos títulos”. E, outro trecho diz: “o então ministro Benedito se abaixa e cochicha para o Alexandre de Moraes, com os microfones abertos: ‘missão dada é missão cumprida’. Quem deu golpe em 2022? Quem pesou a mão por ocasião das eleições? Sem falar em outras possibilidades, o golpe foi dado. Tanto é que o candidato deles está lá [se referindo ao Lula]. Alguns deles [ministros do STF] falaram que interferiram, sim, para o bem da democracia”, ressalta.