Vereadores da Câmara apontam entraves nos 100 dias de Mabel
Comunicação e problemas presença nas ações do poder público foram tópicos comentados pelos parlamentares

Nesta próxima quinta-feira (11), a gestão do prefeito de Goiânia Sandro Mabel (União Brasil) chega a marca dos 100 dias com uma relação delicada entre a administração, o legislativo e a população, como já anteriormente divulgado pelo O HOJE. A data é usada por analistas e agentes políticos para mensurar as habilidades de gestão de um membro do executivo. Em uma análise anterior, o cientista político Guilherme Cardoso apontava uma gestão em conflitos com objetivos técnicos e políticos do gestor, além de um trato político inexperiente para com os legisladores.
Com a análise do cientista político publicada no Jornal O HOJE ouviu os parlamentares de oposição da Câmara Municipal para avaliar a administração de Mabel enfrente os problemas contenciosos da cidade. Em uma análise geral, vereadores de oposição estreantes e veteranos ouvidos pelo O HOJE afirmam potenciais entraves do prefeito durante os 100 dias bem como promessas não cumpridas na gestão.
Visão dos parlamentares
Para a vereadora Aava Santiago (PSDB) ao O HOJE, Mabel deve chegar nos 100 dias com uma situação similar a que alçou a prefeitura em janeiro e sem ter cumprido as promessas de campanha, como a crise na saúde. Junto a isso, aponta que setores contenciosos ainda se agravaram durante a administração como no IMAS pela falta de apoio no agendamento de consultas para os servidores municipais. Apesar disso, aponta acertos como no fatiamento do programa Centraliza e o aprimoramento da iluminação pública.
Por outro lado, afirma ter uma relação conturbada com a equipe de secretários e com o próprio gestor devido a alfinetadas feitas ao mandato de Santiago como judicial da Taxa do Lixo. “Recentemente, quando o Ministério Público acolheu a minha representação contra a taxa do lixo, o prefeito chegou ao cúmulo de uma coletiva de imprensa dizer que se a cidade piorar em relação à coleta do lixo, a culpa é minha.”
Enquanto isso, o vereador estreante no parlamento municipal e ex-deputado federal por Goiás, Major Vitor Hugo (PL) vê a administração de Mabel com um maior otimismo pela presença do gestor junto às atividades do poder público, como nos mutirões da prefeitura. Contudo, revela que os ruídos na comunicação de Mabel com a população e a Câmara fragilizam a relação da administração com o legislativo. “Acho que mesmo entre a base dele eu vejo sempre um ruído ou outro, uma fala mal colocada que acaba dificultando, como essa questão do decreto que foi feito [pelo prefeito] para poder passar R$ 190 milhões para Comurg”, afirma.
O vereador Professor Edward (PT) também reconhece a gestão de Mabel presente nas ações públicas. Além disso, aponta uma melhora com a articulação da administração que conversa com os legisladores comparado com o início da gestão. Entretanto, se mantém crítico perante a avaliação das ações feitas já apontados pelos vereadores como os problemas da coleta de lixo, saúde, e educação. “Então, são muitos [problemas], claro que ninguém espera que em 100 dias se resolva tudo, mas talvez alguns elementos centrais e cruciais não estão sendo abordados da forma devida.“