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quinta-feira, 24 de abril de 2025
2026

Pressão pode levar Bolsonaro a cravar apoio a Tarcísio

Governador de SP é o nome das direitas, conforme deputado goiano; ele, contudo, só deve desistir da reeleição com apoio explícito de Bolsonaro

Francisco Costapor Francisco Costa em 13 de abril de 2025
Bolsonaro e Tarcísio foto Allan Santos-PR
Bolsonaro e Tarcísio foto Allan Santos-PR

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pode precisar mudar a estratégia de se dizer pré-candidato (mesmo inelegível) até o início da campanha e apoiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Isso, porque o centrão e as direitas não devem esperá-lo além do fim do ano. 

Conforme apurado, os partidos só devem aguardar Bolsonaro na afirmativa que será candidato até o fim deste ano, quando ele deverá ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por supostamente liderar uma tentativa de golpe no País. Depois disso, eles devem se organizar para apoiar um nome. 

Assim, caso Bolsonaro opte por se manter o pré-candidato da direita em vez de indicar um nome, ele poderá ficar de lado. Tarcísio tem dito que o ex-presidente é seu nome, mas é possível que seja “convocado” pelas demais siglas de direita, ou que resolva disputar, de vez, a reeleição. Vale citar que, apesar de chances ínfimas de reverter a inelegibilidade, o ex-presidente mantém seu nome “vivo” na corrida eleitoral por sobrevivência política, conforme analistas políticos. 

E Caiado?

O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) lançou a pré-candidatura à presidência no último dia 4 de abril. No dia 6, ele esteve em São Paulo e participou de ato pela anistia ao lado de Bolsonaro. O que seria uma aproximação e talvez até um gesto para 2026 foi um erro, conforme o deputado federal por Goiás, José Nelto (União Brasil).

Nelto cita que Bolsonaro disse para todo o País que o governador de Goiás está inelegível e que, além disso, jamais o apoiaria à presidência. “Não apoia e não vai apoiar. Bolsonaro está inelegível e vai continuar. E o candidato dele será o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Dele e de toda a direita.”

Para Nelto, foi “maldade com Caiado” – uma vez que são situações completamente diferentes. Apesar de condenado em primeira instância, no fim do ano passado, na terça-feira (8), o governador já foi absolvido pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-GO).

Sobre o caso, em dezembro passado, a 1ª Zona Eleitoral do TRE-GO condenou e determinou o gestor à inelegibilidade por oito anos por abuso de poder político durante as eleições municipais deste ano. Segundo a decisão de primeiro grau proferida pela juíza Maria Umbelina Zorzetti, Caiado usou a sede de seu governo, o Palácio das Esmeraldas, para realizar eventos de campanha para o seu candidato em Goiânia, o prefeito eleito Sandro Mabel (União Brasil) – que também teve condenação.

Já no dia 8 de abril, o TRE reverteu a decisão por unanimidade. “Recebi com muito respeito e tranquilidade a decisão desta terça-feira (8/4) do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-GO) que reformou a decisão de primeira instância sobre minha conduta durante o pleito municipal de 2024. Minha trajetória é de absoluto respeito às leis do nosso país e seguirei sempre neste caminho”, comentou Caiado.

Renúncia ou reeleição?

A decisão de Tarcísio não é simples. Se optar por concorrer à presidência, deverá renunciar ao cargo em abril. Apesar de hoje ser um nome forte no cenário, conforme pesquisas, ele enfrentará a máquina do governo federal, que ainda tem um ano para reverter a popularidade. 

Leia mais: STF publica decisão que tornou Bolsonaro réu por golpe

Para o doutor em Ciências da Comunicação e especialista em Políticas Públicas, professor Luiz Signates, “aparentemente, o desgaste do governo Lula parou de crescer e emergiu uma forte tendência para a desvalorização do dólar [apesar de subida recente], por conta das arbitrariedades do Trump [presidente dos Estados Unidos]”. 

Isso pode repercutir positivamente para a economia e, consequentemente, na imagem de Lula. Caso isso ocorra, a tendência é que o centrão vá para o lado governista em 2026, conforme o especialista. 

Nesse sentido, aliados de Tarcísio dizem que ele quer evitar ser um “novo João Dória”. Em 2022, o então governador de São Paulo renunciou para disputar a presidência, mas acabou nem entrando no páreo. Ele só cogitaria, de fato, concorrer com o apoio explícito do ex-presidente Jair Bolsonaro e com um desempenho expressivo nas pesquisas. 

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