Mesmo com recusa, Tarcísio segue como ‘objeto’ de desejo da direita
Gestor é o representante com maior musculatura, dentro do seu espectro político, para à presidência


O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem recusado, constantemente, que irá disputar a vaga de presidente da República. Em várias declarações, afirmou que o seu interesse é se reeleger gestor estadual para dar continuidade ao trabalho desenvolvido no estado. Segundo ele, o candidato à presidência continua sendo o seu padrinho político, Jair Bolsonaro (PL), que, de forma contraditória, se encontra inelegível até 2030. No entanto, mesmo com tal posicionamento, Tarcísio segue como ‘a menina dos olhos’ da direita. Atualmente, o chefe do Executivo paulista é o representante com maior musculatura, dentro do seu espectro político, para disputar o Planalto.
De perfil moderado, o republicano transita e dialoga com vários setores da sociedade. Se afasta do radicalismo bolsonarista e, ao mesmo tempo, consegue ser próximo desses ideais. Não é visto como um inimigo, mas como uma ponte entre a direita, centro-direita e indecisos. De discurso equilibrado e de teor técnico, tem uma comunicação focada em soluções para os problemas cotidianos. Ou seja, o governador alcançou a conciliação entre os aspectos ideológicos (mobilizador) e pragmáticos (prático) sem, desnecessariamente, excluir o eleitorado discordante.
O gestor de São Paulo é amplamente visto como o nome mais competitivo da direita para as eleições presidenciais de 2026. A pesquisa da Genial/Quaest 93% dos entrevistados acreditam que Tarcísio tem a maior chance de vencer a disputa eleitoral contra a esquerda. Já a da Atlas Intel, do mês de abril, indicou que o Tarcísio é o mais bem avaliado em seis aspectos: “carisma”, “competência”, “experiência”, “firmeza”, “honestidade” e “visão”, dentre os possíveis candidatos da direita.
Na questão política, aglutinou inimigos e possíveis inimigos em seu governo. Com isso, trouxe o Movimento Brasil Livre (MBL), que se tornou uma voz profundamente capaz de destruir reputação, para uma composição. Com o Partido Social Democrático (PSD), colocou Gilberto Kassab, um importante cacique da centro-direita, na Secretaria Estadual de Governo e Relações Institucionais de São Paulo.
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À frente do governo de São Paulo, Tarcísio deu início, a partir de 2023, a uma forma de governar baseada em três pilares: desenvolvimento, diálogo e dignidade que, segundo ele, juntos, buscam tornar o estado mais eficiente e moderno, sempre com foco em melhorar a vida das pessoas. Em seu primeiro ano de gestão, Freitas retomou e concluiu mais de 2.700 obras, recuperou e construiu cerca de 6,5 mil quilômetros de rodovias, entregou cerca de 20 mil moradias, aumentou repasses para a saúde e lançou novos programas para a educação.
De acordo com informações oficiais, adotou medidas para tornar o estado mais próspero e atraiu mais de R$ 250 bilhões em capital privado para novos negócios. Destravou projetos paralisados há décadas, como o trecho Norte do Rodoanel e o túnel imerso ligando Santos e Guarujá, e lançou novos, como o Trem Intercidades que liga a capital paulista a Campinas, o qual será o primeiro trem de média velocidade do país para o transporte de passageiros.
Histórico
Tarcísio foi ministro da Infraestrutura do governo Bolsonaro, onde finalizou obras inacabadas, promoveu o renascimento das ferrovias, esteve à frente da realização de 83 leilões que garantiram quase R$ 100 bilhões de investimentos ao país. Gerando cerca de 1,2 milhão de empregos diretos e indiretos. Na administração federal, atuou como secretário da Coordenação de Projetos da Secretaria Especial do Programa de Parceria de Investimentos (PPI), sendo responsável pelo programa de privatizações, concessões e desestatizações.