Lula defende viagem à Rússia e rebate críticas
Lula, no entanto, minimizou as críticas e afirmou que a viagem teve importância diplomática

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) justificou sua ida à Rússia e o encontro com o presidente Vladimir Putin ao afirmar que as críticas à sua presença na parada militar em comemoração aos 80 anos da vitória sobre o nazismo têm motivação política.
A visita a Moscou e a reunião com Putin geraram reações negativas de diferentes setores dentro e fora do Brasil. Autoridades ucranianas, por exemplo, questionaram a legitimidade de Lula como possível mediador em negociações de paz, argumentando que sua presença no evento compromete essa posição.
Internamente, representantes da oposição criticaram a participação do chefe do Executivo brasileiro no desfile ao lado de líderes autoritários, como Nicolás Maduro, da Venezuela, e Aleksandr Lukashenko, de Belarus.
Lula, no entanto, minimizou as críticas e afirmou que a viagem teve importância diplomática. Segundo ele, é impossível agir sem enfrentar oposição política. O presidente reforçou que sua presença em Moscou não compromete o papel do Brasil como defensor do diálogo e da resolução pacífica do conflito na Ucrânia.
“A posição do Brasil é muito, mas muito, muito sólida. Ou seja, independente de eu ter vindo aqui, independente de eu ir à China, independente de eu ir à Argentina, independente de eu ir a qualquer país, a nossa posição continua a mesma com aquilo que a gente pensa sobre a guerra da Ucrânia: nós queremos paz”, afirmou.
As declarações foram feitas em entrevista coletiva concedida antes de embarcar para a China, destino seguinte em sua agenda internacional. Ao ser questionado sobre os possíveis impactos de sua visita à Rússia no contexto da guerra, o presidente reiterou que a presença brasileira reforça o apoio ao multilateralismo nas relações internacionais.