Apenas 0,001% do fundo do mar profundo já foi explorado visualmente
Estudo revela que a maior parte do oceano profundo permanece desconhecida devido aos altos custos e limitações tecnológicas

A superfície da Lua é mais conhecida pela humanidade do que as profundezas do oceano, especialmente abaixo dos 200 metros, área chamada de mar profundo, que cobre cerca de 66% da superfície da Terra. Um estudo recente publicado na revista Science Advances revela que apenas 0,001% do solo oceânico profundo foi observado visualmente por humanos nos últimos 70 anos, um percentual que pode estar superestimado. Essa pequena parcela de imagens foi obtida principalmente em territórios marinhos dos Estados Unidos, Japão e Nova Zelândia.
A pesquisa foi liderada pela Ocean Discovery League, organização que busca acelerar a exploração do oceano profundo com tecnologias mais acessíveis e replicáveis. As cientistas Katherine Bell e Susan Polton, responsáveis pelo estudo, analisaram quase 44 mil mergulhos realizados por 14 países desde a década de 1950. A maioria dessas expedições foi feita por EUA, Japão, Nova Zelândia, Alemanha e França, que respondem por 97,2% dos mergulhos em águas profundas.
No Brasil, foram registrados apenas 135 mergulhos em profundidades maiores que 200 metros, todos liderados por pesquisadores estrangeiros. Segundo as autoras, os altos custos, a complexidade técnica e a lentidão dos métodos atuais limitam o acesso e a produção de imagens do fundo do mar. Mesmo com mil plataformas dedicadas exclusivamente a esse mapeamento, levaria mais de 100 mil anos para cobrir toda a extensão do oceano profundo no ritmo atual.
Além da importância científica, a exploração do mar profundo é importante para a compreensão dos ecossistemas que influenciam a produção de oxigênio, a regulação climática e o desenvolvimento de novos medicamentos. As pesquisadoras destacam a necessidade de ampliar o acesso a tecnologias mais baratas e o treinamento de pesquisadores ao redor do mundo para acelerar a coleta de dados.
Para orientar futuras pesquisas, a Ocean Discovery League planeja lançar uma lista de locais prioritários para exploração, com o objetivo de preencher lacunas e criar uma caracterização representativa do fundo do mar profundo. O estudo também alerta para a necessidade de cautela diante dos impactos ambientais de atividades como mineração e estocagem de carbono, que ocorrem em um cenário de conhecimento ainda muito limitado.

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