A pouco mais de um ano para as eleições de 2026, foi dada a largada da corrida pelo comando do Palácio das Esmeraldas. Com a pré-candidatura do ex-governador Marconi Perillo (PSDB) oficializada no último sábado (27), durante evento da militância tucana na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), os grupos políticos estão postos à mesa de disputa.

O evento que comemorou os 30 anos de filiação de Marconi ao PSDB movimentou as articulações políticas. O ex-governador aposta em recuperar o legado da hegemonia peessedebista no Estado para alavancar seu projeto político. Para anunciar oficialmente que disputará o governo do Estado, o presidente nacional do PSDB disse: “Goiás não pode ficar para trás. O novo salto de desenvolvimento precisa ser dado. É por isso, goianos, que eu aceito o desafio. Minhas mangas já estão arregaçadas”.

Em entrevista coletiva após o evento no último fim de semana, Marconi tratou sua pré-candidatura como um apelo da população. “A convocação foi feita por pessoas do Estado inteiro. Eu sempre digo que um projeto não se sustenta de cima para baixo, só de baixo para cima. Há uma aderência a esse projeto, uma demanda para que esse projeto possa ser colocado na rua. Eu conheço bem Goiás e tinha gente de todos os campos aqui do Estado. Agora é colocar os pés no chão, os pés na estrada, arregaçar as mangas e começar a pensar o Estado para os próximos 40, 50 anos”, destacou o tucano.

O ex-governador deixou claro: sua romaria pelo Estado visando retornar ao Palácio das Esmeraldas começou. O recado para os adversários políticos é que o trabalho eleitoral será intenso e duradouro. Marconi sabe que precisará desconstruir a imagem negativa, que leva sua rejeição às alturas nas pesquisas eleitorais.

Com Marconi no páreo, o vice-governador Daniel Vilela (MDB) tem, oficialmente, o primeiro rival na disputa pelo Executivo estadual. Desde 2022, quando foi eleito vice na chapa encabeçada pelo governador Ronaldo Caiado (União Brasil), o emedebista já é um candidato ao posto. Na última eleição, Daniel já foi consagrado como o nome da base governista para suceder Caiado no governo estadual.

Em tempo, Daniel e Marconi, em breve, irão ganhar companhia neste anseio de governar Goiás pelos próximos anos. O senador Wilder Morais (PL) deve ser o candidato representante do bolsonarismo no Estado. Apesar de ainda não ter fincado o pé na candidatura, Morais terá uma janela estratégica para disputar o governo em 2026.

Como mostrado anteriormente pelo O HOJE, o parlamentar estará no meio de seu mandato no Senado Federal, ou seja, continuará nos holofotes políticos goianos, mesmo que perca. Além disso, o PL não abrirá mão de uma candidatura no Estado em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem um eleitorado robusto e fiel.

No campo progressista, é esperado que o PT encabece uma chapa. Assim como no âmbito nacional, o partido segue como o representante majoritário do eleitorado à esquerda em Goiás, mesmo com resultados pouco expressivos nas últimas eleições para o governo do Estado. A deputada federal Adriana Accorsi, recém-eleita presidente estadual da sigla, figura nas pesquisas eleitorais como a representante petista.

Em síntese, a conjuntura política atual mostra que a disputa pelo Governo de Goiás já começou. É claro que ainda existem decisões político-partidárias a serem tomadas e os rumos de uma eleição, em suma maioria, são definidos já na reta final da campanha. É lá que o eleitor observa mais atentamente sobre quem são os postulantes aos cargos e suas propostas. Porém, as movimentações políticas se intensificam bem antes do clímax da eleição — e para o pleito do ano que vem, as disputas e articulações já começaram.