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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Bastidores

Caiado desafia isolamento político e mantém vivo anseio de ser presidente

Mesmo sem apoio definido da direita e cercado por especulações, governador aposta em entregas, articulações e presença na mídia para sustentar seu projeto político até o fim do mandato

Bruno Goulartpor Bruno Goulart em 16 de outubro de 2025
Caiado desafia isolamento político e mantém vivo anseio de ser presidente
Caiado tem ampliado sua presença no cenário nacional. Foto: Hegon Corrêa

Bruno Goulart

A cinco meses do fim de seu segundo mandato, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), tem ajustado o relógio político para equilibrar duas frentes: a gestão estadual e a movimentação nacional como pré-candidato à Presidência da República em 2026. Entre agendas oficiais, inaugurações e reuniões com prefeitos, o goiano tenta mostrar vitalidade política e preservar o protagonismo de um partido que ele ajudou a fortalecer.

De acordo com informações apuradas pelo O HOJE, a rotina de Caiado segue praticamente inalterada. O governador tem mantido uma agenda cheia, marcada por entregas de obras, audiências e atendimentos a lideranças municipais. Quando viaja para compromissos fora do Estado, costuma reorganizar o calendário para receber prefeitos e parlamentares em outras datas, muitas vezes aos finais de semana.

Nos últimos dias, vários prefeitos do Entorno do Distrito Federal estiveram no Palácio das Esmeraldas, em reuniões que trataram desde demandas por infraestrutura até a busca por apoio político para 2026. Um aliado próximo resume: “Ele está recebendo todo mundo. Não vai ignorar o União Brasil, partido forte e que ele mesmo ajudou a tornar mais robusto com seu nome e sua história”.

Caiado entre Goiânia e Brasília

Paralelamente, Caiado tem ampliado sua presença no cenário nacional, com entrevistas a grandes veículos de imprensa, encontros políticos e participações em eventos de destaque. Mesmo com a direita fragmentada e sem um apoio forte da federação União Progressista, o governador insiste em se colocar como alternativa viável — um nome que une discurso conservador, gestão fiscal e experiência administrativa.

Leia mais: Em visita a Goiânia, Lula deve dividir palanque com Caiado

Porém, nos bastidores, a avaliação é de que o desafio seria duplo: manter a máquina estadual em funcionamento e construir relevância política fora de Goiás. A movimentação nacional, portanto, é cautelosa. Caiado evita embates diretos, mantém o foco nas entregas e aposta na imagem de gestor equilibrado.

Mudança de partido

Caiado desafia isolamento político e mantém vivo anseio de ser presidente
Foto: Hegon Corrêa

Apesar das especulações, não há sinal concreto de que Caiado planeje mudar de partido. Fontes próximas garantem que essa hipótese “não está nos planos por enquanto” e que as conversas sobre isso são apenas especulativas. “É natural haver muitas pré-candidaturas neste momento, mas a tendência é afunilar. Caiado sabe disso e mantém o pé no chão”, avalia um interlocutor.

A presença de Caiado em eventos nacionais não significa descolamento da realidade estadual, dizem auxiliares. O governador tem tentado preservar a imagem de gestor ativo, ao aproveitar cada inauguração como oportunidade de reforçar o discurso de eficiência e estabilidade. O equilíbrio entre administração e articulação política é, portanto, o fio que sustenta a estratégia do chefe do Palácio das Esmeraldas neste momento decisivo.

Cenário desafiador

Entretanto, o cenário nacional ainda é desafiador. O especialista em marketing político Luiz Carlos Fernandes, em entrevista ao O HOJE, avalia que Caiado enfrenta o maior teste de sua carreira política. “Isso só quem pode responder é ele. Mas talvez saiba que é sua última chance de tentar. O problema é que é o menos competitivo dos governadores de direita e vem de uma região que representa menos de 10% do eleitorado brasileiro. Assim, tem que tentar até o fim, mas parece que já sabe que vai morrer na praia.”

Fernandes acrescenta que a estratégia de lançar a esposa, Gracinha Caiado, como vice de Daniel Vilela (MDB) — atual vice-governador e provável candidato à sucessão estadual — poderia abrir caminho para o governador disputar o Senado em 2026, uma movimentação que garantiria sobrevida política e influência em Brasília.

“A ideia de colocar sua esposa como vice talvez seja a forma de acomodar uma candidatura ao Senado. Aí sim com grande chance de vitória”, analisa o especialista. (Especial para O HOJE)

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