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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Vai ou não vai?

Federação UB-PP esfria em meio às incertezas da cúpula dos partidos

Antes dada como certa, aliança entre as legendas têm divergências claras

Thiago Borgespor Thiago Borges em 31 de outubro de 2025
Federação UB-PP esfria em meio às incertezas da cúpula dos partidos
Foto: Divulgação/Vinicius Lima

A federação “União Progressista” nasceu como o maior expoente político-partidário do país. A aliança, que reúne o União Brasil (UB) e o Progressistas (PP), forma a maior bancada na Câmara dos Deputados, com 105 deputados, e está entre as maiores do Senado Federal, com 15 senadores. Os dois partidos juntos reúnem milhares de prefeituras e vereadores espalhados pelo país. 

Antes dada como certa, a federação entre os partidos, anunciada em agosto e com a promessa de alterar o tabuleiro político nacional, hoje vive um clima de “incerteza”. A reportagem do O HOJE conversou com alguns parlamentares das legendas que compõem a aliança. Os deputados relataram não saberem ao certo em que pé está o acordo entre o senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP, e Antônio Rueda, presidente nacional do UB. O entendimento é que, como ainda não houve a homologação da federação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tudo pode acontecer. 

Apesar do robusto capital político, dos 20% de tempo de televisão e do fundo eleitoral que, somados, chegam a quase R$ 1 bilhão, episódios recentes envolvendo personagens importantes dos dois partidos colocaram os conflitos internos e as dissidências da federação nas amostras. 

Um dos episódios envolve o governador Ronaldo Caiado (União Brasil). Pré-candidato à Presidência da República, o chefe do Executivo estadual entrou em rota de colisão com o cacique do PP recentemente. Ciro declarou que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é o nome ideal para disputar as eleições de 2026 como o candidato do Centrão e da direita para enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ciro também citou o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), mas não Caiado. 

O governador retrucou dizendo que o senador sofre com uma “ansiedade vergonhosa” na tentativa de ser vice de Tarcísio e que não é o “porta-voz” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – cujo apoio é considerado indispensável por quem pretende se candidatar e captar o eleitorado direitista. Apesar de pré-candidato, Caiado não possui apoio integral das duas siglas. 

O outro episódio foi a entrevista do pepista para a CNN Brasil, após a visita do parlamentar a Bolsonaro. Na conversa, Nogueira afirmou que “comanda” a federação. A fala não teria agradado Rueda, que discorda da percepção de que é Ciro quem manda na aliança dos partidos. 

Federação UB-PP esfria em meio às incertezas da cúpula dos partidos
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

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Panorama sem federação

Com a federação “União Progressista”, a missão de Caiado de conquistar apoio total do UB ficou ainda mais difícil, já que precisaria do aval do PP. Para manter seu projeto político de pé, o governador chegou a cogitar mudar de partido. Caiado teve conversas com siglas como o Podemos e o Solidariedade, já que a deputada federal Renata Abreu (SP) e o deputado Paulinho da Força (SP), respectivamente presidente dos dois partidos, deram indícios de que aceitariam o projeto caiadista. 

Entretanto, caso a federação de fato não aconteça, o panorama muda para o chefe do Executivo goiano. Sem o PP na jogada, a tarefa de Caiado será aglutinar apenas o UB em torno de sua candidatura. 

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