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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
Fraude

Banco Master e BRB, são suspeitos de fraude bilionária

Operação Compliance Zero – R$ 12,2 bilhões em créditos fantasmas. A investigação que envolve PF, MPF, Banco Central e o comando do BRB expõe um dos maiores escândalos financeiros recentes

Paula Costapor Paula Costa em 18 de novembro de 2025
Fraude
Presidente do BRB, Paulo Henrique Costa. PF e MPF apontam venda de créditos fictícios, gestão temerária e tentativa de mascarar a crise financeira do Master, que levou ao afastamento da cúpula do BRB. (Crédito: Lúcio Bernardo Jr/Agência Brasília)

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal apuram suspeitas de que o banco Master, sob comando de Daniel Vorcaro, tenha comercializado ao Banco de Brasília (BRB) carteiras de crédito fictícias avaliadas em R$ 12,2 bilhões e apresentado documentos adulterados ao Banco Central para sustentar a operação – irregularidades que levaram à deflagração da Operação Compliance Zero nesta terça-feira (18), culminando na prisão de Vorcaro e no afastamento do presidente do BRB, Paulo Henrique Costa.

A apuração aponta que a instituição teria montado um esquema para simular ativos inexistentes e repassá-los ao banco público do Distrito Federal, mascarando os riscos da transação. As evidências reunidas pela PF motivaram as buscas, apreensões e medidas cautelares adotadas no início da semana.

Ainda nesta terça, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Master, decisão tomada menos de 24 horas após o Grupo Fictor manifestar interesse em adquirir o controle da instituição financeira.

Segundo apuração o BRB destinou R$ 16,7 bilhões ao Banco Master entre 2024 e 2025 em operações que, segundo a PFe o Ministério Público, apresentam indícios de gestão fraudulenta. Parte desses recursos – R$ 12,2 bilhões – foi usada para comprar créditos sem lastro, no período em que o BRB tentava adquirir o Master – negociação barrada pelo Banco Central.

A investigação que levou à prisão do dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, aponta que o BRB ignorou irregularidades graves ao injetar bilhões no banco privado em meio à crise de liquidez da instituição. Segundo o MP, a conduta pode caracterizar gestão fraudulenta, crime previsto no artigo 4º da Lei 7.492/86.

De acordo com a PF, o Master emitiu R$ 50 bilhões em CDBs com juros acima do mercado sem comprovar solvência. Para simular liquidez, utilizou parte dos recursos na compra fictícia de créditos de uma empresa chamada Tirreno, que foram revendidos ao BRB sem documentação adequada por R$ 12,2 bilhões.

O Banco Central registra ainda que o BRB comprou R$ 4 bilhões em carteiras de crédito do Master neste ano, reforçando a tese de que o banco público atuou para sustentar financeiramente a instituição privada enquanto tentava adquirir 58% de suas ações por R$ 2 bilhões – operação negada pelo BC.

Com o avanço da Operação Compliance Zero, a Justiça afastou por 60 dias o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, e o diretor financeiro, Dario Oswaldo Garcia Junior. Ambos foram alvos de mandados de busca e apreensão. Em nota, o BRB afirmou que sempre cumpriu normas de compliance e que segue operando normalmente, reiterando compromisso com transparência e segurança nas operações.

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