Com possibilidade de Bolsonaro ser preso na terça (25), PL prepara reação por anistia
Ordem de prisão pode ser decretada após trânsito em julgado e partido vê chance de transformar o abalo em pressão no Congresso
Bruno Goulart
O Partido Liberal (PL) trabalha com a possibilidade concreta de o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, decretar a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro na próxima terça-feira (25). A medida pode ocorrer logo após Moraes declarar o trânsito em julgado da condenação de 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado, etapa que encerra todas as possibilidades de recurso.
Com o fim dos recursos, abre-se caminho para o início imediato do cumprimento da pena. Segundo dirigentes, a prisão tem potencial de fortalecer Bolsonaro entre apoiadores e aumentar a pressão sobre o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para pautar a anistia. A sigla quer usar o episódio para forçar a votação do parecer ainda não apresentado por Paulinho da Força (Solidariedade-SP).
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Entretanto, o PL já sabe que o relator não defenderá uma anistia ampla, mas um modelo de dosimetria. Por isso, a estratégia é aprovar uma emenda que amplie o alcance do texto e resgate o espírito original do projeto.
Enquanto articula nos bastidores, o partido admite preocupação com a saúde e o estado emocional de Bolsonaro, que completou cem dias em prisão domiciliar na última quarta-feira (12). Na prática, o ex-presidente ainda não iniciou o cumprimento da pena, já que o processo estava em fase de recursos.
Bolsonaro preso
A condenação, inédita contra um ex-presidente brasileiro, foi definida pela Primeira Turma do STF em 11 de setembro. O acórdão publicado nesta terça-feira (18) abriu prazo de cinco dias para os últimos embargos. Com o período encerrado, Moraes pode decretar a prisão a qualquer momento. (Especial para O HOJE)