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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
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Flávio Bolsonaro confirma ser “o escolhido” pelo pai

Senador anuncia missão política passada por Jair Bolsonaro e faz críticas ao momento do país em discurso marcado por tom religioso

Paula Costapor Paula Costa em 5 de dezembro de 2025
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Em discurso, o senador afirmou assumir a missão de representar o projeto político da família e criticou o cenário nacional, citando insegurança, instabilidade e falta de perspectiva. Crédito: X.

Em postagem feita nas redes sociais na tarde desta sexta-feira, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) confirmou sua pré-candidatura à Presidência da República em 2026. A declaração veio após receber aval do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ao anunciar a decisão, Flávio afirmou que a orientação partiu de Jair Bolsonaro, a quem chamou de “maior liderança política e moral do país”. Segundo o senador, sua candidatura simboliza a continuidade de um projeto de governo que, na avaliação dele, busca resgatar estabilidade, segurança e confiança no futuro.

O parlamentar criticou o cenário atual, dizendo enxergar o Brasil atravessando um período de “instabilidade e desânimo”. Ele citou problemas como aumento de impostos, ações de grupos criminosos, sensação de abandono e falta de perspectivas para crianças e jovens. Flávio também acusou o governo federal de permitir desvios em estatais e de prejudicar trabalhadores.

“É com grande responsabilidade que confirmo a decisão da maior liderança política e moral do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, de me conferir a missão de dar continuidade ao nosso projeto de nação. Eu não posso, e não vou, me conformar ao ver o nosso país caminhar por um tempo de instabilidade, insegurança e desânimo”, escreveu no X. “Eu creio que nenhum cativeiro é maior do que o poder de Deus para libertar. Eu me coloco diante de Deus e diante do Brasil para cumprir essa missão. E sei que Ele irá à frente, abrindo portas, derrubando muralhas e guiando cada passo dessa jornada. Que Deus abençoe o nosso povo! Que Deus abençoe o nosso Brasil!”, finalizou.

Com discurso de forte tom religioso, o senador afirmou acreditar que Deus “não abandona a nação” e que levanta novas lideranças quando há “clamor por justiça”. Ao se colocar publicamente como pré-candidato, disse assumir a missão “diante de Deus e diante do Brasil”, afirmando confiar que terá orientação divina ao longo da caminhada eleitoral.

Flávio encerrou a fala pedindo bênçãos ao país e reafirmando disposição para liderar o projeto político lançado por seu pai para as eleições presidenciais de 2026. A declaração marcou a primeira manifestação pública do parlamentar assumindo a missão de representar o projeto político da família na disputa nacional.

Após a publicação do senador, o PL publicou nota, se pronunciando a favor da decisão do ex-presidente, Jair Bolsonaro. “Flávio me disse que o nosso capitão confirmou sua pré-candidatura”, escreveu em nota, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto.

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“Se Bolsonaro falou, está falado!”, escreveu em nota, o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto. Crédito: X.

Em análise feita nesta semana, em Brasília, interlocutores da centro-direita avaliaram que a sinalização sobre a possível candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência da República em 2026 funciona, por ora, como um “balão de ensaio” para medir a reação do meio político e do mercado. Segundo avaliações, o gesto não se refere exclusivamente ao nome de Flávio Bolsonaro, mas à força simbólica da família Bolsonaro dentro do campo conservador. A estratégia busca testar a receptividade pública e institucional antes da definição do candidato oficial, prevista para o próximo ano.

A análise destaca que o movimento mira especialmente agentes políticos e setores econômicos atentos à reorganização da centro-direita. O objetivo seria observar como esse grupo reage à possibilidade de uma nova liderança da família disputar o comando do país. Outro movimento acredita que a candidatura pode ser real, para que o senador não perca foro privilegiado.

A movimentação ocorre no período prévio ao calendário eleitoral de 2025, quando decisões estratégicas devem ser tomadas, especialmente até março -período em que figuras com cargo executivo — como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas – precisariam deixar suas funções caso optem por entrar na corrida presidencial. Esse prazo influencia diretamente na formação das chapas e os cenários internos dos partidos.

Em conversas de bastidores, aliados do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmaram estar “perplexos” com a movimentação que envolve a possível candidatura de Flávio Bolsonaro à Presidência em 2026. Segundo essa avaliação, a decisão tende a acentuar a polarização eleitoral e, no cenário atual, beneficiaria diretamente o presidente Lula (PT), que busca a reeleição ao Palácio do Planalto. Esses aliados entendem ainda que o gesto da família Bolsonaro impõe novos desafios para Tarcísio, que aparece frequentemente como opção viável para setores da direita moderada.

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