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quarta-feira, 24 de dezembro de 2025
OPINIÃO

Caiado conquistou quase 90% dos goianos – os ruralistas também?

O líder corajoso que percorreu o Brasil quando os produtores eram tidos como inimigos da sociedade, agora precisa deles para enfim a classe realizar o sonho coletivo – o de ter alguém dela na Presidência da República

Nilson Gomespor Nilson Gomes em 24 de dezembro de 2025
Caiado
Quando os avós dos jovens produtores de hoje não faziam aparições numerosas em público, foi Caiado o mobilizador a contar com milhares deles para os tratoraços, as grandes manifestações em Brasília Foto: Wesley Costa e André Saddi

Até hoje, o Brasil jamais teve um fazendeiro na Presidência da República. Alguns possuíam propriedades rurais, mas coisa de família, passar o fim de semana, andar a cavalo. Se os colocassem dentro de uma lavoura, não saberiam divisar um pé de soja de uma rama de abóbora.

Fazendas de JK e Sarney em Goiás

Foram 21 advogados, 18 militares, o médico Juscelino Kubitschek, o economista Fernando Collor, o engenheiro civil Itamar Franco, o sociólogo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e o sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Igual a JK, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) é médico e foi senador por Goiás. JK tinha a Fazendinha, em Luziânia, município goiano no Entorno do Distrito Federal.

José Sarney (MDB) também possui um sítio por ali, mas nunca qualquer dos dois e dos demais ordenhou uma vaca ou plantou uma roça de feijão. Dado esse ineditismo, os produtores rurais devem estar ansiosos para entrar na campanha de Caiado rumo ao Palácio do Planalto. 

Bom, nem todos. Inexistem pesquisas específicas medindo a popularidade de Caiado entre seus colegas do campo. Com o público geral, a aprovação a seu governo passa de 90% na maioria das cidades, média de 88% nos levantamentos. É possível que se mantenha nesse patamar até a passagem do cargo para o vice, Daniel Vilela (MDB), em 31 de março – o prazo final seria 4 de abril, mas vai renunciar antes.

Tom Jobim e Bernardo Élis envolvidos

Há dezenas de obras em andamento, será possível entregar praticamente todas, com um porém: o período chuvoso em Goiás vai de não sei quando até a data escolhida por São Pedro. Divisor de estação é igual a enterro de anão do orçamento, ninguém vê, quando se percebe, tchau, enxurradas.

Até sua saída haverá esses 10 dias de nada entre o fim de 2025 e o início do próximo ano, o Carnaval, o veranico de janeiro do escritor Bernardo Élis (1915-1997), único goiano a conquistar cadeira na Academia Brasileira de Letras (derrotou JK), e as águas de março fechando o verão, como cantou Tom Jobim (1927-1994). Impossível tirar do zero uma licitação de rodovia e entregar a obra. O bom da história é que Caiado não imitou Marconi Perillo nas duas trocas de faixa, para Alcides Rodrigues em 2006 (rapou os cofres e os maiores contribuintes adiantaram os tributos) e José Eliton em 2018 (centenas de construções prometidas).

Daniel está livre do sofrimento de Maguito

O pai de Daniel, Maguito Vilela (1949-2021), sofreu nas duas sucessões, quando recebeu o Governo de Goiás em 1995 e a Prefeitura de Aparecida em 2009 – teria o mesmo baque em Goiânia, em 2021, mas a Covid o levou antes. Maguito foi grande produtor rural no Sudoeste goiano e colaborou demais com a categoria quando era vice-presidente nacional do Banco do Brasil. É possível que esses beneficiados se lembrem de quem resolveu suas dores? É preciso ir atrás e ver de perto.

O autor destas linhas já viu de perto diversas vezes a recepção a Caiado proporcionada por quem trabalha e produz. Numa delas, em Rio Verde, esperava-se uma vaia humilhante, dada a aprovação pela Assembleia Legislativa de uma contribuição que existe no vizinho Mato Grosso e aqui recebeu o apelido de Taxa do Agro. Não apenas os apupos ficaram somente na seara das fake News como o governador conversou com gente de sua casa, de sua atividade. É assim também no Paraná (vi em Londrina e Maringá), Minas Gerais (assisti em Uberlândia e Uberaba), na Bahia (Barreiras, Salvador e Feira de Santana) e no Rio Grande do Sul (Santa Maria).

Caiado já mobilizou três gerações de agropecuaristas

Isso ocorre porque são três gerações sendo representadas por Ronaldo Caiado. Quando os avós dos jovens produtores de hoje não faziam aparições numerosas em público, foi Caiado o mobilizador a contar com milhares deles para os tratoraços, as grandes manifestações em Brasília. Os pais desses rapazes e moças estiveram com Caiado durante as votações da atual Constituição da República, quando ele sequer era parlamentar.

Pois o líder goiano sedimentou a União Democrática Ruralista, que a esquerda tratava como se fosse composta de demônios, e impediu que a Carta Magna fosse ainda pior. Uma das conquistas de Caiado e seus aliados foi o direito de propriedade. Se o Movimento dos Sem-Terra vandaliza laboratórios agropecuários mesmo que isso seja crime, imagine como seria se o dono da terra fosse quem invadisse primeiro…

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