Em ano pré-eleitoral, os programas sociais do governo estadual são protagonistas da imagem que Caiado (UB) e Daniel Vilela (MDB) querem passar da atual gestão. Programas como o Goiás Social, coordenado pela primeira-dama e possível pré-candidata ao Senado, Gracinha Caiado, é visto como um meio de garantir o fortalecimento de vínculos com as prefeituras, sobretudo, de regiões estratégicas do Estado, como os municípios do interior e o Entorno do Distrito Federal que constitui o segundo maior colégio eleitoral de Goiás, atrás apenas da capital. 

O vice-governador destaca a importância de o governo levar “até a ponta” a oferta de serviços gratuitos diretamente à população. Vilela explica que a iniciativa reúne ações de diferentes órgãos estaduais e reafirma o compromisso de atender quem mais precisa, sobretudo nos municípios do interior goiano. 

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Tal discurso foca nas ações sociais como uma forma de auxiliar a população vulnerável mas, ao que tudo indica, tem como pano de fundo a busca por um legado positivo do governo de Ronaldo Caiado e a promoção de uma candidatura bem sucedida composta por Daniel Vilela a fim de suceder o governador em 2027. 

Outro ponto que vale ser observado é o uso desses programas sociais a fim de estabelecer comparações com governos anteriores no sentido de dar destaque aos projetos atuais como algo que não esteve presente em gestões passadas. 

Nesse sentido, os programas sociais do Estado têm sido um importante meio de garantia da estratégia de Daniel e Caiado na promoção de suas futuras candidaturas, pois é por meio desses projetos que importantes movimentações políticas são realizadas de forma a favorecer os dois pré-candidatos. 

A passagem de Daniel Vilela pelo Entorno do DF foi significativa para o desempenho político de sua futura disputa pelo governo estadual, pois as lideranças políticas do local atribuem o desenvolvimento da região às ações adotadas pela atual gestão e que foram implementadas no Entorno. 

Isso faz com que a ascensão deste território estratégico seja um mérito e uma marca da gestão de Caiado e Daniel, além garantir aos dois uma visão positiva de um local repleto de lideranças políticas com relevância significativa e que possuem ligação direta com o Congresso Nacional. 

Programa habitacional

Se antes o protagonismo das ações de assistência se limitavam ao Goiás Social, hoje Vilela está à frente do programa “Pra Ter Onde Morar”, que têm como objetivo assegurar residência definitivas às famílias em situação de vulnerabilidade social. É de se observar a tentativa da atual gestão em tornar tais ações governamentais como algo inédito, que não foi feito nas gestões anteriores. 

Dessa forma, ao falar sobre o programa que oferta moradias gratuitas, o Governo não deixa de ressaltar que não há nenhum programa habitacional com características semelhantes ao que foi, recentemente, implementado na atual gestão. Ao citar a governo estadual como responsável pela iniciativa inédita e sem precedentes similares no país, Daniel aproveitou o momento para elogiar Caiado. 

“O povo goiano tem o melhor governador do Brasil, que é o governador Ronaldo Caiado. Tenho a honra de ser vice-governador e estar ao lado dele, em um governo ético, honesto e responsável, com condição fiscal para fazer o que as pessoas precisam”, discursou Vilela durante entrega das casas em Diorama, na última sexta-feira (19). 

Proximidade de Daniel com prefeitos

O mestre em História e especialista em Políticas Públicas Tiago Zancopé comenta a importância da boa relação de Vilela com os prefeitos goianos o que, como mencionado no decorrer desta reportagem, é algo essencial para o bom andamento de sua disputa pelo Palácio das Esmeraldas. 

“Quando o governo estadual têm o apoio de um prefeito que continuará reverberando sua mensagem, o Governo tem a consolidação de seu projeto e a possibilidade de alcançar um número ainda maior de eleitores. Na eleição para Governo é fundamental ter o maior número de prefeitos possíveis e tratá-los muito bem, porque no final das contas eles fazem a diferença em uma possível vitória ou possível derrota”, analisa Zancopé em entrevista ao O HOJE.