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Política

Reforma da máquina passa na Alego

Projeto do Governo para alterar estrutura administrativa foi aprovada em primeira votação do Plenário. Ainda falta uma

Postado em 22 de maio de 2019 por Sheyla Sousa
Reforma da máquina passa na Alego
Projeto do Governo para alterar estrutura administrativa foi aprovada em primeira votação do Plenário. Ainda falta uma

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VENCESLAU PIMENTEL*

Com o voto contrário de nove deputados da oposição e de 28 parlamentares da base de apoio ao governador Ronaldo Caiado (DEM), a Assembleia Legislativa aprovou ontem, em primeira votação, o projeto que trata da segunda etapa da reforma administrativa do governo estadual. A nova organização do Poder Executivo do Estado de Goiás, que abrange a sua administração direta, autárquica e fundacional.

Para o líder do Governo, Bruno Peixoto (MDB), a votação mostrou que a base aliada está consolidada. “Foi um excelente teste. A nossa base está coesa, está consolidada”, comemorou. “Observa-se que, dentro de um diálogo, nós acolhemos várias emendas de deputados da base e, também, da oposição que contribuíram com o projeto”, explicou.

Peixoto disse que as emendas acatadas, inclusive as apresentadas pela oposição, não alteraram a essência do projeto. Ao contrário, afirmou que as propostas contribuíram para o aperfeiçoamento da reforma. “Vejo que foram emendas que contribuíram com a redação do projeto, sem gerar nenhum centavo de despesa para o projeto original”, pontuou.

O presidente da Assembleia, Lissauer Vieira (PSB), destacou a contribuição do Parlamento para ajustar a administração pública estadual, como forma de promover maior eficiência e redução de gastos. “A Assembleia tem dado a contribuição dela. Dentro do Regimento, da discussão natural da Casa, da oportunidade que os deputados têm de debater, de apresentar emendas, mas nós temos tido o cuidado de poder trabalhar para que o Estado saia dessa crise o mais breve possível”, salientou.

Quem acompanhou de perto a tramitação da reforma administrativa foi o secretário estadual de Administração, Pedro Henrique Sales, que discutiu a matéria com os deputados da base aliada. Ontem, ele esteve na reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ), quando voltou a defender a proposta do governador Ronaldo Caiado.

Segundo ele, a reorganização da máquina pública do Estado vai trazer eficiência e economia. “Nós acreditamos que é uma economia importante para o Estado. É uma economia que teve o cuidado de entrar dentro do órgão, entender os processos, a entrega e o produto final para sociedade de cada secretaria, para, então, fazer as adaptações, exatamente nos pontos em que era possível que isso fosse feito, sem prejudicar a população, que é o mais importante”, disse.

A projeção que consta do texto da reforma é de uma economia anual de R$ 120 milhões, com medidas como o corte de 4,1 mil cargos. A segunda etapa da reforma extingue a Secretaria do Trabalho e vários conselhos consultivo, como o da Competitividade e Inovação, da Governadoria; Conselho Executivo de Gestão e Governança Estratégica do Estado de Goiás, da Governadoria; Conselho Estadual de Assuntos Estratégicos, da Governadoria; Conselho Integrado de Gestão Estratégica.

Cortes

Pelo texto da reforma, serão eliminados 128 cargos de estrutura básica e 314 de estrutura complementar. Além desses, 1.656 de assessoramento, não pertencentes à estrutura básica ou à complementar, igualmente deixarão de existir. Mais 2.308 funções comissionadas terão o mesmo destino.

“O impacto dessas decisões é significativo na redução dos custos de funcionamento da administração”, diz o governador. Em termos financeiros, está prevista uma economia de R$ 119.900.027,26 ao ano, R$79.933.351,51 já em 2019. Isso equivale a 20% (vinte por cento) dos custos que a manutenção da organização administrativa gerava até o advento da Lei nº 20.417, de 6 de fevereiro de 2019.

As mudanças da estrutura administrativa do estado foram elaboradas pelo Grupo de Trabalho criado pelo Decreto nº 9.389, de 14 de janeiro de 2019, e integrado por representantes da Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento, da Secretaria de Estado da Casa Civil e da Procuradoria-Geral do Estado.

Segundo Caiado, a segunda etapa visa aprofundar e desenvolver o modelo organizacional esboçado na primeira etapa, de maneira a permitir o adequado funcionamento da máquina pública em termos ajustados ao cumprimento das metas estabelecidas no Plano de Governo. Para isso, a elaboração do projeto materializou o esforço de concretizar valores imprescindíveis para nortear a atuação do Estado.

As alterações levaram em consideração um princípio central do trabalho, que foi o da convicção de que o foco da atividade pública deve estar, como conseqüência do fomento ao desenvolvimento econômico sustentável, em proporcionar qualidade de vida à população, num ambiente de gestão comprometida com a eficiência e a transparência.

Para Caiado, trata-se da premissa relevante. “É sabido que na administração pública, frequentemente, as decisões são tomadas segundo uma lógica que inverte valores: deixa-se de dar prioridade aos fins que deve ter a ação estatal, e que só podem ser os de realização do interesse público, para conferir protagonismo a elementos menos relevantes no processo decisório, num arranjo em que a burocracia se converte num fim em si mesmo”.

Caiado diz que um dos maiores desafios da reforma administrativa tem sido o de criar um aparato organizacional apto à realização de ações guiadas pelo propósito de cumprir o Plano de Governo e, por conseguinte, para conceber e executar as políticas públicas necessárias à satisfação dos interesses da coletividade em ambiente de severa crise fiscal, caracterizada pela recorrente insuficiência de recursos financeiros para o cumprimento de compromissos impostos ao Tesouro. (* Especial para O Hoje) 

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