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sexta-feira, 22 de novembro de 2024
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Futuro político

Com quase 170 mil votos em Goiânia, PT pode ampliar deputados em 2026

Petista elenca pontos que auxiliaram o crescimento do partido nos últimos anos

Postado em 8 de novembro de 2024 por Felipe Cardoso
Foto Reprodução Facebook

Por Francisco Costa

Adriana Accorsi (PT) terminou em terceiro lugar nas eleições para Goiânia, com 168,1 mil votos. 24,44% dos votos válidos. Além disso, o partido, que elegeu um vereador em 2020, conseguiu três cadeiras neste ano, sendo o Professor Edward Madureira o segundo mais bem votado no páreo, com mais de 13,5 mil eleitores.

Com o resultado deste ano, especialmente na capital, para 2026, o Partido dos Trabalhadores precisará e tentará ampliar os espaços na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) e na Câmara dos Deputados. Há cerca de quatro anos, Accorsi ficava em terceiro lugar e dava ao PT 80,7 mil votos na cidade. Com 3,6 mil votos, Mauro Rubem (PT) foi o único vereador eleito pela legenda.

Dois anos depois, o partido melhorou seus números, se comparados aos de 2018. Em 2022, o PT elegeu três deputados estaduais e passou perto de garantir um quarto nome – quatro anos antes, foram dois. Os eleitos foram Antônio Gomide (PT), com 45,2 mil votos; Bia de Lima (PT), 24,3 mil; e Mauro Rubem, 22,3 mil. Com 20,4 mil, Fabrício Rosa (PT) chegou perto de garantir a quarta cadeira da legenda.

Já na Câmara Federal, Adriana Accorsi garantiu cadeira com 96,7 mil eleitores, enquanto Rubens Otoni (PT) chegou a 83,9 mil. Em 2018, apenas um petista ocupava uma cadeira por Goiás na Casa Baixa do Congresso. Quem também bateu na trave, em 2022, foi Edward Madureira, com 54,9 mil votos, mais que dois eleitos.

Visão de dentro

Ao O Hoje, Fabrício Rosa reforçou que o avanço significa, sobretudo, a qualidade dos quadros do PT. Sobre os três eleitos para a Câmara Municipal, inclusive ele, “são pessoas que se prepararam para estar aqui e que têm acúmulo tanto na militância e dos movimentos sociais, quanto nas suas profissões e na ação social e na ação pública, em geral. Posso perceber que há uma qualidade superior nos nossos quadros naquilo que é ligado ao diálogo com a cidade”, avalia.

Outro fato que Fabrício crê que influencia no avanço e pode impactar no futuro é que o partido é “orgânico”. “É um partido que existe na realidade, tem representantes na maior parte dos Estados e não é apenas um balcão de negócios ou um partido criado em determinado momento, que para de existir, pois não tem uma ideologia para apresentar.” Na visão de Rosa, isso faz com que o PT tenha capilaridade.

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“Um terceiro ponto que eu acredito é que há uma polarização mundial, e aqui no Brasil também, e essa polarização faz com que o petismo e o PT tenham protagonismo. Então, se a extrema-direita cresce e cresceu bastante, o oposto da extrema-direita também cresce, e nós somos a oposição da extrema-direita. A oposição mais viável”, analisa e reforça que outras legendas não devem ser desmerecidas.

Já um quarto ponto seria a estrutura do PT, que auxilia em campanhas, hoje muito mais caras. “Não cresceu como nós gostaríamos e a esquerda não está crescendo como nós gostaríamos, mas cresceu. Então, houve um crescimento diante da onda avassaladora das fake news, do antipetismo, do não desejo de discutir pautas de costumes, do neoliberalismo”, finaliza com expectativas na crescente do partido para 2026.

Análise

Já o professor e cientista político Marcos Marinho vê que quadros específicos do partido têm ganhado visibilidade, como Adriana Accorsi, que disputou três eleições para prefeita, além das corridas pela Assembleia – que venceu – e pela Câmara Federal – eleita em 2022. “Então, são figuras que vão criando sua identidade, ganhando espaço e o partido vai se valendo disso.”

Segundo ele, ao mesmo tempo que o PT conseguiu expandir mandatos, devido a votações personalíssimas, a rejeição continua grande. “Assim, o PT ainda tem que se reinventar enquanto partido para 2026. Trabalhar na desconstrução do ranço que existe contra ele e contra a rejeição. Mas não deixar isso só para a véspera da eleição”, afirma. Para Marinho, as forças individuais beneficiam a legenda, ao mesmo tempo que alguns filiados, menos ideológicos, podem deixar a sigla, diante de poucos e fortes protagonistas. (Especial para O Hoje)

 

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