Comércio varejista domina em unidades e empregos, mas atacado lidera em receita em Goiás
Maioria das lojas no Estado é do varejo, que também emprega mais e paga maiores salários, mas é o comércio por atacado que movimenta mais dinheiro e tem maior margem de comercialização
Embora o comércio varejista represente a maior fatia em número de empresas em Goiás, com 71,3% das unidades locais, o equivalente a 52,2 mil estabelecimentos, os dados de 2023 da Pesquisa Anual do Comércio (PAC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que a força econômica do setor está concentrada no comércio por atacado. A análise, que leva em conta divisões como varejo, atacado e comércio de veículos, peças e motocicletas, mostra um cenário em que a presença territorial não significa, necessariamente, maior receita.
Além de liderar em quantidade de unidades, o varejo também se destaca na geração de empregos, sendo responsável por 68,7% do pessoal ocupado no setor comercial goiano. O impacto social é ainda mais evidente quando se observa os gastos com salários, retiradas e outras remunerações, que atingem 56,8% do total da categoria, reforçando o papel do varejo na sustentação da renda da população.
No entanto, o protagonismo muda de lado quando o assunto é movimentação financeira. O comércio por atacado foi responsável por impressionantes 56,0% da receita bruta de revenda em 2023, o que equivale a R$ 157,6 bilhões de um total de R$ 281,4 bilhões no estado. Isso se deve, em parte, ao modelo de negócios que envolve maior volume de mercadorias por transação, mesmo com menor capilaridade, apenas 16% das unidades locais pertencem ao setor.
Outro indicador financeiro importante, a margem de comercialização, a diferença entre o que se vende e o custo da mercadoria, também tem o atacado como líder. O setor respondeu por 52,5% da margem total, equivalente a R$ 27 bilhões de um total estadual de R$ 51,5 bilhões.
O comércio de veículos, peças e motocicletas, embora menos expressivo em número de unidades (12,7%) e pessoal ocupado (12,1%), mantém participação estável nos demais indicadores, com destaque para os 13,1% dos gastos com remunerações e 11,1% da receita bruta.
Esses dados evidenciam a complexidade da dinâmica comercial em Goiás: enquanto o varejo é essencial para a base econômica e social, o atacado sustenta os grandes volumes financeiros. Uma estrutura que, apesar de desigual, se complementa e sustenta o desenvolvimento do setor no Estado.