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sexta-feira, 5 de dezembro de 2025
turismo

Turismo em Goiás registra queda entre moradores, mas recebe mais visitantes de fora

Dados mostram retração nas viagens feitas por goianos em 2024, enquanto movimentação aérea em Goiânia alcança o maior patamar da história

Anna Salgadopor Anna Salgado em 4 de outubro de 2025
Goiás manteve-se como o oitavo Estado mais procurado do País, com 741 mil viagens recebidas em 2024
Foto: Marcelo Camargo/ABr

O turismo em Goiás apresentou sinais contrastantes em 2024. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Turismo (PNADC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Estado registrou queda de 11,4% no número de domicílios em que pelo menos um morador viajou no período de referência. 

Entre os 2,7 milhões de lares goianos, apenas 496 mil (18,1%) relataram ocorrência de viagens, contra 560 mil em 2023. No mesmo recorte, o Brasil manteve estabilidade, com 15 milhões de domicílios viajantes, ou 19,3% do total.

No total, foram 634 mil viagens realizadas por moradores de Goiás em 2024, uma retração de 17% em relação ao ano anterior e número inferior ao período pré-pandemia, quando 727 mil deslocamentos foram registrados em 2019. 

A grande maioria teve caráter pessoal (90%), enquanto apenas 10% ocorreram por motivos profissionais. Em âmbito nacional, o recuo foi menor: 20,6 milhões de viagens, contra 20,6 milhões também em 2023, representando estabilidade.

Os dados do IBGE também mostram que mais de um terço dos domicílios goianos que não viajaram citaram a falta de dinheiro como principal barreira. Entre os 2,2 milhões de lares que não realizaram viagens, 35,3% apontaram dificuldades financeiras, 24,3% declararam não ter tempo e 18,1% afirmaram não ver necessidade. A limitação econômica foi especialmente sentida nos estratos de menor rendimento, confirmando o turismo como atividade ainda restrita às classes de renda mais altas

Quando viajaram, os goianos priorizaram deslocamentos por visita ou evento de familiares e amigos (38,4%), seguidos por lazer (29,5%) e por motivos de saúde (24,4%). O lazer, que no Brasil lidera como principal motivo, aparece em segundo plano em Goiás, evidenciando a importância das relações familiares no padrão de viagens do Estado.

Em relação aos meios de transporte, 59,6% das viagens partiram de carro particular, 13,1% de avião e 11,8% em ônibus de linha. Os números refletem tanto a centralidade do transporte rodoviário em Goiás quanto o crescimento da aviação regional, que se fortalece como alternativa. O tempo médio de estadia foi de 6,6 pernoites, e os gastos com turismo somaram R$ 906,2 milhões no Estado em 2024, com valor médio per capita de R$ 264, acima dos R$ 240 registrados em 2023

Como destino, Goiás manteve-se entre os dez mais procurados do Brasil. Foram 741 mil viagens nacionais com chegada ao Estado, representando 3,7% do total, apesar da queda de 10,7% frente a 2023, quando havia recebido 830 mil. 

Com isso, Goiás ficou na oitava posição entre as unidades da federação mais visitadas, atrás de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Se por um lado os dados domiciliares revelam retração, por outro o setor aéreo mostra expansão. Em julho de 2025, o Aeroporto de Goiânia registrou 373.905 passageiros, o maior movimento mensal desde sua inauguração em 1955. O número representa aumento de 12% em relação ao mesmo período do ano anterior e superou em 10% as expectativas da concessionária Motiva. Desse total, 188.170 pessoas desembarcaram na capital goiana, enquanto 185.735 embarcaram.

Segundo o presidente da Goiás Turismo, Roberto Naves, o aumento histórico nos desembarques reforça a vocação de Goiânia como destino turístico de negócios e também como porta de entrada para os atrativos regionais. “Mais visitantes chegando significam hotéis, bares e restaurantes movimentados, consolidando o turismo como um dos motores da nossa economia”, afirmou.

O Aeroporto de Goiânia hoje conta com voos diretos para os principais hubs do País, como Guarulhos, Congonhas, Viracopos, Galeão, Brasília, Confins e Recife, além de conexões temporárias para Salvador e João Pessoa. A estrutura também se destaca no setor executivo, somando 2.505 pousos e decolagens de aeronaves particulares em julho, o quarto maior volume do Brasil.

Assim, os dados apontam um paradoxo: enquanto o turismo domiciliar em Goiás caiu em 2024, a movimentação aérea e a entrada de visitantes pela Capital atingiram recordes em 2025. O contraste revela que, embora os goianos tenham viajado menos, o Estado vem recebendo mais visitantes, sinalizando uma possível reconfiguração do setor.

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