Como PIX impactou o mercado financeiro

Confira o artigo de opinião de Nedyr Pimenta Filho

Postado em: 15-12-2021 às 11h09
Por: Redação
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Confira o artigo de opinião de Nedyr Pimenta Filho | Foto: Redação

Há um ano, o Banco Centro do Brasil (BCB) lançava uma nova modalidade de transferências e pagamento instantâneo (PIX), que prometia facilitar a vida financeira dos brasileiros. Com um sistema ágil, dinâmico e moderno, a utilização do PIX foi difundida entre a população e, até outubro de 2021, segundo dados do Banco Central, já foram realizadas mais de 1,6 bilhão de transações, alcançando o valor de R$ 4 trilhões movimentados. Proveniente de um sistema inovador, o sucesso do PIX deve-se a comodidade e a eficiência na realização de transações bancárias em poucos segundos e sem as taxas comuns em alternativas como o TED (Transferência Eletrônica Disponível), DOC (Documento de Crédito) e boletos bancários.

Em um mundo cada vez mais digital, movimentos como Open Banking, ou Open Finance, aliados à crescente oferta de bancos digitais e fintechs, têm revolucionado o setor de finanças. Neste contexto, o PIX surgiu para ajudar a impulsionar o processo de digitalização da economia, proporcionando mais praticidade para os usuários em sistemas bancários. Mas, afinal, quais foram os impactos da implementação do sistema de pagamento instantâneo no mercado financeiro?

A solução desenvolvida pelo Banco Central oferece vantagens que outras formas de pagamentos já tradicionais não comportam. Por meio dele, o usuário tem acesso a um serviço que opera 24 horas, recebe o valor imediatamente e fica isento de taxas comuns nos meios concorrentes.

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Neste sentido, o consumidor enfrenta menos burocracia, pois para efetuar as movimentações bancárias é preciso apenas da chave eletrônica do recebedor, que pode ser o número de celular, e-mail ou CPF. Já em outras modalidades, é necessário conhecer os dados bancários e CPF ou CNPJ, o que, consequentemente, expõe mais informações sobre o usuário.

Além disso, a criação do PIX tem contribuído diretamente para fomentar a inclusão financeira no Brasil. Com um mecanismo prático, a ferramenta alcançou 45,6 milhões de pessoas que não tinham feito TED um ano antes do lançamento do serviço, também de acordo com o Banco Central. Deste total, cerca 74%, o equivalente a 33,9 milhões de pessoas, passaram a utilizar o meio de modo exclusivo, o que indica como o sistema tem ampliado e democratizado o acesso ao modelo de pagamento eletrônico.

Outro fator de destaque neste primeiro ano está relacionado ao aumento de competividade entre diferentes players da indústria financeira e de pagamentos. São diversas as instituições que oferecem o serviço a seus clientes e parceiros, que, por isso, precisam estar atentas em buscar novas soluções relacionadas à plataforma. Por outro lado, o consumidor possui em suas mãos um leque de opções para combinar o novo modelo de pagamento com alternativas já existentes.

Embora o PIX tenha conquistado a população, o Banco Central indica que ainda há uma resistência por parte das empresas. São 9 milhões de pessoas jurídicas cadastradas, contra 217 milhões de pessoas físicas. A baixa adesão das companhias deve-se aos altos custos que elas precisam enfrentar nesta modalidade de recebimento. Entretanto, ações como a substituição dos processos de boletos, adoção de PIX Cobrança, PIX Garantido e o débito automático podem ajudar a transformar essa realidade.

Ainda existem algumas questões que precisam ser analisadas para que o serviço continue proporcionando benefícios para todos os usuários. Recentemente, o Banco Central anunciou uma série de medidas preventivas para garantir a segurança no serviço e aprimorar o seu funcionamento. As ações incluem bloqueio dos recursos em caso de suspeita de fraudes, notificações obrigatórias de transações rejeitadas e devolução de valores pela instituição recebedora em casos de suspeita de golpes ou falha operacional no sistema da operadora.

O BC ainda estipulou mudanças nas transações noturnas para pessoas físicas, limitando o valor para as transferências para até R$ 1.000 no período entre às 20h e às 6h. O cliente pode ainda solicitar a alteração do valor, porém, a instituição financeira deve estabelecer o prazo de no mínimo de 24 horas para ativação do aumento. O objetivo das restrições é proteger os sistemas da vulnerabilidade de atividades criminosas, além de assegurar o cidadão em casos de assaltos e sequestros relâmpagos.

Passado um ano da implementação do PIX, o Banco Central já desenha algumas prioridades para aperfeiçoar a ferramenta nos próximos meses. Entre as novidades que a plataforma deve incluir estão: mecanismos para melhorar a experiência do usuário (UX), novas formas de iniciação, PIX Saque e PIX Troco, iniciador de pagamentos no PIX, bloqueio cautelar, mecanismo de devolução, PIX Cobrança, e por fim, a possibilidade de débito automático. Há ainda, a integração do Open Banking com o PIX, que facilitará a realização de compras online além fomentar um mercado financeiro cada vez mais aderente às necessidades da atualidade.

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