Entenda por que o uso obrigatório de máscaras em Goiás está longe do fim

Com meta de vacinar 70% da população para desobrigar uso de máscara, Goiás vacinou apenas 41,69%

Postado em: 19-10-2021 às 08h11
Por: Maiara Dal Bosco
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Com meta de vacinar 70% da população para desobrigar uso de máscara, Goiás vacinou apenas 41,69% | Foto: Reprodução

Goiás terá cautela para estabelecer o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras no Estado. Foi o que afirmou o governador Ronaldo Caiado, na manhã de ontem (18). Com meta de vacinar 70% da população para desobrigar o uso de máscara, Goiás vacinou apenas 41,69% com duas doses ou dose única. No Estado, o uso de máscara é obrigatório desde abril de 2020, quando a medida foi normatizada em decreto. 

De acordo com o governador, a retirada da obrigatoriedade depende da cobertura vacinal da população. “Estamos trabalhando com um percentual [de cobertura vacinal] de 70%. Todo esse trabalho está sendo feito pela nossa área da Saúde e seguimos dentro de um protocolo, nós não temos pressa para dizer que somos o primeiro, o segundo, ou o terceiro lugar [a desobrigar o uso de máscaras]”, afirmou Caiado.

Para se ter uma ideia, dados da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO), dados referentes à vacinação dão conta de que os 3.004.445 milhões de goianos totalmente imunizados com duas doses ou vacina em dose única contra a Covid-19 equivalem a 41,69% da população, o que representa 59,56% da meta de 70% da população vacinada, estimada pelo governo do Estado para desobrigar o uso de máscara. “Ninguém está disputando pole position nesse assunto. Estamos disputando segurança para a população. No momento em que tivermos esse nível de segurança, essas medidas serão tomadas”, reforçou Caiado.

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Na Capital, onde o uso de máscaras é obrigatório desde junho de 2020, o superintendente em Vigilância em Saúde Yves Mauro Ternes declarou, também neste mês que, para que fosse discutida a desobrigação do uso de máscara, a cobertura vacinal em Goiânia precisaria chegar, ao menos, também a 70%. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, estão totalmente imunizados na Capital contra a Covid-19 com duas doses de vacina ou com o imunizante em dose única, 655.930 goianienses, o que equivale a 56,10% da população acima de 18 anos.

Brasil

Em outros Estados, há governadores que têm defendido a desobrigação do uso de máscaras. Mato Grosso do Sul, por exemplo, estuda liberar o uso de máscaras nas próximas semanas. Já em Minas Gerais, a expectativa é que, devido à melhora dos índices da pandemia no Estado, a desobrigação do uso de máscara em locais abertos poderá ocorrer em dois meses, ou seja, ainda neste ano.

A nível municipal, levantamento realizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) sobre a Covid-19, apontou que, mesmo com a vacinação, mais da metade dos gestores municipais pretendem manter o uso obrigatório de máscaras. Segundo a 27ª pesquisa realizada pela CNM entre os dias 27 e 30 de setembro com 2.165 prefeituras, mesmo com toda a população vacinada, 1.348 (62,3%) gestores municipais pretendem manter o uso obrigatório de máscaras e apenas 69 (3,2%) municípios devem flexibilizar o equipamento de proteção individual. Outros 708 (32,7%) ainda decidiram sobre a manutenção da obrigatoriedade.

O último levantamento semanal da entidade mostra ainda que, atualmente, o uso de máscaras é obrigatório em lugares coletivos de 2.097 (96,9%) municípios e em 2.080 (96,1%) nos ambientes públicos. Quase 100% dos 2.108 gestores afirmam manter comunicados a respeito da necessidade e da importância do equipamento, o que representa 97,4% dos Municípios que responderam tal pergunta.

Em relação a punições pelo descumprimento da obrigatoriedade, 826 (38,2%) das prefeituras respondentes afirmam ter instituído penalidades e 1.290 (59,6%) não instituíram infrações para o não uso de máscaras nos locais obrigatórios.

ProteçãoSobre o uso de máscaras, a médica infectologista da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Anna Cláudia Turdo, destaca que cada tipo de máscara tem o seu grau de proteção, que, dependendo do tipo, pode garantir até 95% de proteção ao usuário. Segundo ela, além da Covid-19, outras doenças como influenza, H1N1, vírus sincicial respiratório e hanseníase, além de vírus e bactérias que causam resfriados, podem ser barradas pelo acessório.  (Especial para O Hoje)

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