Entenda por que os goianos estão migrando para as compras no atacarejo

Pesquisa aponta que 61% da população prefere fazer compras em Atacarejos, preços baixos são atrativos

Postado em: 22-10-2021 às 08h25
Por: Redação
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Pesquisa aponta que 61% da população prefere fazer compras em Atacarejos, preços baixos são atrativos | Foto: Jota Eurípedes

Por Alzenar Abreu

Pesquisa encomendada por um grupo de empresas que atua com pesquisas de mercado e consultoria aponta que 61% da população busca fazer compras em atacarejos. Modalidade, que é um mix do supermercado tradicional com oferta de produtos em maior quantidade, consegue oferecer preços mais baratos.

O economista Glaiber Lima diz que é vantajoso encher o carrinho de itens que podem ser estocados para o mês como os não perecíveis e ganhar no gasto final da compra. “Por não oferecerem peixaria, açougue e até sacolas plásticas – que encarecem para o empresário -, ele [os atacarejos] pode oferecer valores melhores.

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É o que confirma o proprietário da rede de atacarejo, João Costa. “O nosso custo operacional é melhor [mais baixo] porque temos mais giro na mercadoria sem perder a qualidade”, diz. Costa conta que a modalidade vem crescendo desde 2018. Com a economia mais apertada, o consumidor prefere andar mais um pouco em busca da economia.

De acordo com o proprietário do atacarejo, é possível oferecer uma boa variedade em produtos mesmo com custo operacional menor. Afinal de contas, os serviços oferecidos não são os mesmos dos supermercados habituais. “Isso [o custo operacional] diminui o custo total. Posso dizer que, no mínimo, a economia é de 10% em média, na boca do caixa, para o consumidor final”.

Costa acredita que de uns dois meses para cá o aumento na procura por produtos em grandes atacarejos tem sido de 20%. Ele acrescenta ainda que desde 2018 muitas empresas do ramo, supermercados, têm migrado para este modelo de negócios tendo em conta o início do agravamento da crise econômica que acabou por achatar a renda do brasileiro.

Variação de preços

Em pesquisas a atacados em Goiânia, a reportagem de O Hoje observou grande variação de preços em produtos de limpeza e higiene, biscoitos, achocolatados e bebidas, além de itens não perecíveis. A clientela também está mais variável e abriga todas as classes sociais. A briga é para economizar cada centavo em tempos de crise. 

Michele Correia, de 50 anos, diz que viaja longe para comprar em atacarejos. “Macarrão, café, bolacha, produto de limpeza e até hortifrutigranjeiros podem sair até 50% mais em conta”, calcula a dona de casa.

Ela exemplifica que perto de sua casa o mesmo produto de limpeza, mesma marca e tamanho é vendido por R$16. “No atacarejo eu compro o mesmo item por R$ 8. A bolacha de igual marca aqui [atacarejo] sai por R$ 1,40. Compro por R$ 3 perto de onde moro”, diz alardeada, e afirma que compensa o gasto com o combustível.

O aposentado Lamartine Filho diz que a manteiga de leite, a cervejinha e o refrigerante entram no carrinho porque ao levar três, fica mais barato. “Eu economizo até 15% nas minhas compras”, garante.

Tempo é dinheiro

A pesquisa da Kantar Worldpanel mostra a mudança do comportamento do consumidor, que hoje valoriza cada vez mais a racionalização entre tempo e dinheiro. Quem sabe o que dói no bolso, quer promoções, exige melhor atendimento e procura pela experimentação de novos produtos em pontos de venda.

O estudo mostrou que a maioria das donas de casa compara preços antes de suprir a família. 74% dos consumidores consideram promoções muito importantes na hora da compra. É a corrida para esticar o dinheiro curto.

Experimentar novos produtos é o grande atrativo, também.  42% buscam as degustações e 44% reclamam por não conseguirem ter essa oportunidade. Ser bem informada é outra dica muito absorvida pelos donos de casa. 66% gostam de receber conselhos sobre o que é mais vantajoso na hora de comprar.

Além disso, o consumidor está com menos tempo disponível e reduziu suas idas ao ponto de venda, resultando no aumento das compras de despensa e reposição. Em 2009, 67% das pessoas realizavam a compra do mês, agora o número passou para 72%. Ou seja, o brasileiro está mais organizado, econômico e preocupado com as compras de bens não duráveis, que impactam diretamente nos seus gastos mensais.

Resgate Histórico

No ano de 2001, apenas 61% dos lares usavam pelo menos três formatos de estabelecimentos para se abastecer, porém atualmente 84% das famílias já fazem isso. Essa mistura vem de necessidades diferentes por tipo de compra.  O atacarejo, por exemplo, é um dos canais que mais vêm crescendo.

Mas o consumidor não abre mão da compra em locais com horários flexíveis, bebidas geladas, já prontas para consumo, possibilidade de compra a granel, poucas filas e produtos que auxiliem a economia de tempo na cozinha. (Especial para O Hoje)

Dicas para garantir ainda mais economia

-Planeje os gastos

Antes comprar é preciso decidir um valor máximo a ser gasto com cada coisa. Coloque no papel seus gastos fixos, alguns gastos variados e decida o quanto pode usar para fazer as compras

-Fazer lista

Liste tudo o que precisa. Se não souber com certeza o que vai gastar com cada um, crie uma lista com os nomes das pessoas que irá presentear e o valor máximo item

-Chegue cedo

Seja uns dos primeiros da fila e procure o dia mais vago na agenda. É o ideal para fazer essas compras. Assim você faz tudo com calma e evita atropelos

-Fuja do impulso

Já que precisa comprar muitos itens, já não sairá barato. Então, evite comprar por impulso. Neste momento, é bom seguir a lista. Isso ajuda por evitar gastos extras e ainda sobre dinheiro

-Deixe as crianças em casa

Nessa hora não é bom levar os pequenos. Eles pedem bastante guloseimas e pode acabar sendo uma distração na hora da compra

-Leve apenas o necessário

Seja objetivo, leve um documento e o dinheiro, ou cartão, que vai usar. Guarde em lugar seguro e evite deixá-los à mostra para não correr o risco de sofrer um golpe

Fonte: Serasa

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