Governo de Goiás lança obras de abastecimento de água na Capital; veja onde estão instaladas

As obras no valor total de R$ 68 milhões, devem ampliar o sistema de distribuição do Ribeirão João Leite

Postado em: 12-03-2022 às 13h00
Por: Jennifer Neves
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As obras no valor total de R$ 68 milhões, devem ampliar o sistema de distribuição do Ribeirão João Leite | Foto: Wesley Costa

Na última quinta-feira (10/03), o governador Ronaldo Caiado lançou duas obras de ampliação do sistema de abastecimento de água da capital. As construções no valor de R$ 68 milhões de recursos do Estado, serão executadas pela Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago), em parceria com a Prefeitura de Goiânia. A obra deve contemplar as regiões leste e sul de Goiânia

Uma das obras corresponde a construção de 2,9 quilômetros de adutora em aço, que é uma estrutura que faz o transporte da água de um reservatório até o local onde vai ocorrer o tratamento. A adutora, que terá o custo de  R$ 24 milhões, deve conter 1,6 metro de diâmetro, para ampliação da distribuição de água do Sistema João Leite, em mais 700 litros por segundo.  As obras começaram em fevereiro, com conclusão prevista para o mês de junho.

Já a segunda obra consiste em operações no Lote 1 do Linhão Gyn-Apa, que é constituído por uma adutora principal, de cerca de um metro de diâmetro, com ramificações, para levar a água ao centro de reservação e anéis de distribuição, até as redes e ligações residenciais. A função do complexo é levar a água do Reservatório do Ribeirão João Leite para a Região Metropolitana da Capital.  Neste caso, os investimentos são de R$ 44 milhões, sendo que as obras tiveram início no último mês de fevereiro e deverão ser concluídas até fevereiro de 2023.

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De acordo com o presidente da Saneago, Ricardo Soavinski, a ampliação do sistema de abastecimento de água reflete em cerca de um milhão de habitantes, e promove segurança hídrica à população especialmente no período de estiagem. 

Projeto dos Linhões

Os projetos de construção dos linhões existem desde 2013. À época, estava sob a responsabilidade de uma empreiteira que não teve o nome revelado, devido ao processo que corre em segredo de justiça. Ao todo, são cinco linhões que devem cobrir a região metropolitana de Goiânia.  

Linhão Oeste: Dividido em duas etapas. Sendo que a primeira já foi concluída e abastece os bairros Alto Paraíso, Independência, Park Sul e Vila Delfori, em Aparecida de Goiânia. Já a segunda etapa, foi abandonada pela empreiteira, em 2016. A Saneago deu continuidade em parte dessas obras e tem previsão de retomada no próximo ano.

Linhão Central: Dividido em três etapas. As obras já foram concluídas e tiveram um investimento de R$ 35 milhões. Abastece as regiões sul e norte de Goiânia, norte de Aparecida e 52 mil moradores da região Vila Oliveira Já a terceira etapa, também foi abandonada pela empreiteira, em 2020. No entanto, a Saneago diz que busca o ressarcimento dos danos e aplicação das penalidades cabíveis, conforme a legislação. A contração da parte restante do trabalho está em andamento, com previsão de retomada ainda este ano, de acordo com a Saneago. 

Gyn-Apa: Deve alcançar cerca de 135 mil moradores, em Goiânia e Aparecida. Dividido em três etapas, sendo que a primeira, recebeu um investimento de R$ 43 milhões, a segunda de R$ 70 milhões, e a terceira de R$ 15 milhões. A Saneago emitiu ordem de serviço para instalação da adutora, mas viabilizará a chegada de água do Sistema Mauro Borges ao Linhão Gyn-Apa. Somente neste trecho, o investimento é de R$ 22 milhões. 

Linhão Sul: Contempla 210 mil pessoas, em 65 bairros. Teve investimento de R$ 25 milhões, com as obras iniciadas em 2013, mas abandonadas em 2016 pela construtora. Em 2019, foram licitadas novamente e retomadas em 2020. 

Linhão Norte e Leste: Será a última etapa do Sistema de Linhões. O projeto está ainda em fase de estudos. Os trechos Norte e Leste têm a função de complementar o complexo, sendo que foi concebido como forma de planejamento para o crescimento de Aparecida de Goiânia

Impactos ambientais

De acordo com o engenheiro ambiental, Marcelo Jardim, “quando falamos de uma ampliação, construção de adutora de água ou estação elevatória, seja qual obra for relacionada ao sistema de abastecimento de água, temos alguns impactos ambientais que vão acontecer simplesmente pela existência da obra”

Conforme diz o engenheiro ambiental, existem possibilidades de gerar erosão, mudanças no ciclo hidrológico; se a obra for mal feita,  pode acontecer deslizamento de terra, assoreamento do reservatório, danos à fauna e flora, inundações de propriedades e edificações, desmatamento da vegetação, redução da vazão e jusante, danos à fauna aquática e redução da fertilidade do solo. 

“Para passar uma adutora, automaticamente é preciso limpar aquela área de toda vegetação, porque acima do solo, não pode haver  nenhum tipo vegetação que atrapalhe ou cause algum dano à estrutura”, explica. No entanto, Marcelo Jardim diz que existem diversas técnicas de engenharia que minimizam o impacto ambiental sobre o aspecto da erosão. “Tem que ter um bom projeto executivo aprovado”, diz. 

Além disso, existe outro problema preocupante que é o deslocamento da população. Exemplo disso, é o que acontece na construção do próprio Gyn-Apa. Segundo a Saneago, “alguns proprietários de imóveis têm dificultado a desapropriação neste trecho, apesar dos decretos de utilidade pública das áreas por onde as tubulações do Linhão devem passar”.

No entanto, Marcelo Jardim afirma que “se essa obra foi licenciada, subentende-se que o órgão ambiental olhou para o projeto e entendeu que esses impactos ambientais não seriam graves o suficiente para ter que negar. Ainda que esses impactos existam, devem ser mitigados ao máximo”. 

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