Saneago evitará racionamento de água

Promotora diz que Estatal precisa promover ações para que falta de água seja combatida no Estado

Postado em: 31-10-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Promotora diz que Estatal precisa promover ações para que falta de água seja combatida no Estado

Marcus Vinícius Beck*

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Com crise hídrica que assola o Estado, o Ministério Público (MP-GO) recomenda que seja colocada em prática uma série de fiscalizações para evitar o racionamento de água, em Goiás. O documento, que é assinado pela promotora Marísia Sobral Costa Massieux, sugere que se estabeleça a regulamentação do abastecimento de recursos hídricos nas regiões abastecidas pelo sistema Meia Ponte, que provê pelo menos 16 setores da Capital. Na tarde de ontem (30), o Rio Meia Ponte começou a apresentar melhora nos níveis de vazão.

Segundo a promotora, a Saneago – estatal que administra a distribuição de água no Estado – deverá promover ações para que o racionamento seja combatido. O órgão ainda terá de garantir atendimento aos que prestam serviços essenciais à população, além de assegurar melhorias no abastecimento de água. Por isso, a Saneago orienta que a população faça uso moderado das reservas domiciliares de água tratada. 

Moradora do Jardim Vila Boa, na região sudoeste de Goiânia, a estudante universitária Aymê Virgínia, 28, relata que já chegou há ficar dois dias sem água em sua residência. E, quando isso acontece, as autoridades “abastecem” a região após 72 horas, mas aí as atividades básicas do cotidiano já foram afetadas, frisa ela. “É sempre assim: dois dias sem água, e um dia com água”, queixa-se ela. De acordo com Aymê, quando a água é liberada, geralmente chega com grandes quantidades de ar, o que faz com que o hidrômetro gire e o consumo torne-se elevado, refletindo na conta, no final do mês. 

“A Saneago presta um desserviço à população, e esse desserviço nos custa caro todos os meses”, desabafa a estudante. Para ela, a estatal não possui responsabilidade, tampouco compromisso com seus clientes, o que contribui para que “esse racionamento velado continue enquanto a população não se atentar para os verdadeiros responsáveis pela falta d água”. “O problema do racionamento, como bem sabemos, não é apenas advindo do período de seca, e sim dos desvios das nascentes e rios que estão acontecendo em todo o Estado de Goiás”, pontua.

Visando assegurar mais transparência e controle da crise hídrica, a Saneago disse que vai enviar ao MP-GO um relatório semanal do plano de recuperação do racionamento. No documento, deverá conter informações sobre a situação das bacias dos municípios do Estado. Além disso, a estatal deve ainda enviar aos promotores atualizações sobre a situação de cada cidade que sofre com a falta d’água. A Saneago, ainda, chegou a apresentar ao MP lista em que contém 19 municípios do Estado que estão sendo monitorados. 

Falta de água

Em setembro, a estatal informou por meio de comunicado que iria interromper o abastecimento de água em alguns bairros de Goiânia e Região Metropolitana. A companhia justificou a decisão alegando que a seca e alta demanda por água no Rio Meia Ponte foram os responsáveis pela pouca vazão pela qual o rio passa. “Ações de fiscalização estão em andamento na bacia do Rio Meia Ponte acima do ponto de captação de água bruta”, disse a Saneago. (Marcus Vinícius Beck é estagiário do jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian) 

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