Proposta de 10,16% não agrada professores da rede municipal da Educação e greve continua

A assembleia foi marcada pela presença de centenas de funcionários da rede municipal, que gritavam palavras de ordem e proferiam duras críticas ao prefeito de Goiânia

Postado em: 05-04-2022 às 08h48
Por: Redação
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A assembleia foi marcada pela presença de centenas de funcionários da rede municipal, que gritavam palavras de ordem e proferiam duras críticas ao prefeito de Goiânia | Foto: Reprodução

Por Sabrina Vilela

Após 22 dias de greve, representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Goiás (Sintego) tiveram uma assembleia, ontem (4), no Centro Popular de Abastecimento e Lazer (Cepal) do Setor Sul, para chegar a um acordo sobre o fim da greve, entretanto os funcionários municipais da Educação optaram pela continuidade da greve. Isso porque, de acordo com o Sintego, a proposta apresentada pela Prefeitura não foi satisfatória.

A proposta apresentada pela prefeitura foi de 10,16%, sendo que o valor pedido pela categoria é de 33,24%. De acordo com Bia de Lima, presidente do Sintego, para os administrativos a proposta da data-base de 2020 e 2021 foi de 9,32% mais auxílio locomoção de R$250 e rejuste de 50% do auxílio locomoção para professores. Hoje, na Câmara Municipal de Goiânia, a partir das 9h, será realizada uma discussão para definir os próximos passos dos participantes do ato grevista.  

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A assembleia foi marcada pela presença de centenas de funcionários da rede municipal, que gritavam palavras de ordem e proferiam duras críticas ao prefeito de Goiânia. Bia de Lima chamou vários representantes da educação para se posicionarem a respeito do percentual, enquanto os profissionais na parte inferior do palanque seguravam várias faixas e gritavam: “A greve continua! Prefeito a culpa é sua!”. Houve no próprio local a votação entre todos os presentes que optaram pela continuação da greve.

De acordo com Bia de Lima, durante a assembleia, a categoria ainda não conseguiu o que foi pedido, mas que a nova proposta de certa forma já foi um “avanço”, mas que não vão desistir de lutar pelos direitos. Sobre a proposta a professora de artes Angélica Oliveira considera inapropriada. “Proposta descabida e ridícula do Prefeito Rogério Cruz. E os retroativos? Um absurdo”, afirma indignada.

A pedagoga Raquel Salomão Morais, que trabalha em um Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei), também não concorda com a percentagem proposta. “É uma proposta que não contempla a demanda nem dos professores nem dos administrativos. A categoria exige os 33% do piso salarial nacional e de preferência com os reajustes, retroativos”, reclama.

Professora de história Ana Maria Souza, que trabalha está há 30 anos na rede municipal de Goiânia, considera uma falta de respeito a proposta. “Esse valor não aumentou nem 1% do que havia sido proposto antes da greve. Os professores da rede municipal de Goiânia têm uma história de luta, conquistamos muitos avanços sob muita luta. E de um tempo para cá estamos lutando para não perder as conquistas até agora”, relata.  

Resposta da prefeitura

A Secretaria Municipal de Educação (SME), por meio de nota, informa que a pasta ainda não foi notificada oficialmente pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) sobre a rejeição da proposta apresentada pela gestão municipal na última sexta-feira (01/04). 

Entre os pontos apresentados para a categoria durante as negociações, a SME Goiânia destaca que propôs um reajuste de 10,16% sobre os vencimentos dos professores que já recebem acima do valor do piso nacional.

A pasta afirma ainda que o percentual proposto levou em consideração a capacidade orçamentária e o limite prudencial da folha de pagamento de município e é exatamente igual ao reajuste apresentado pelo Governo de Goiás à categoria, que foi aceito pelo próprio Sintego. 

Ainda sobre as negociações, a SME Goiânia informou que propôs um reajuste de 50% do auxílio locomoção dos professores e um aumento de 10,16% na gratificação de regência de todos os professores que estão em sala de aula ou em função de regência. A proposta inclui também um reajuste de 9,32% nos vencimentos dos servidores administrativos e a criação de vale locomoção no valor de R$ 250 para essa categoria. 

A SME Goiânia afirma que “a gestão municipal cumprirá integralmente o piso atualizado em 2022 pelo Governo Federal. Portanto, nenhum professor do município receberá abaixo do piso nacional estipulado, que será de R$3.846,66 para 40 h semanais de trabalho”.

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