Nova frota de ônibus elétricos traz segurança para usuários do Eixo Anhanguera

Além de trazer benefícios para o meio ambiente, os 114 ônibus elétricos articulados têm como objetivo trazer mais conforto aos passageiros

Postado em: 06-04-2022 às 07h59
Por: Redação
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Além de trazer benefícios para o meio ambiente, os 114 ônibus elétricos articulados têm como objetivo trazer mais conforto aos passageiros | Foto: Reprodução

Por Sabrina Vilela

A locação de ônibus 100% elétricos articulados para a substituição da frota do Eixo Anhanguera já é uma realidade em Goiânia. O Governo de Goiás, por meio da Metrobus Transporte Coletivo S/A, alugará 114 veículos por um período de 16 anos de operação, para substituir os 86 que já circulam e atender a demanda dos usuários. O valor mensal máximo por carro será de R$ 69.594,84. A notícia foi recebida de maneira positiva pelos usuários insatisfeitos com a realidade atual do Eixo Anhanguera.

Esse é o caso da operadora de caixa Raila Feitosa, que faz uso do transporte há mais de dois anos para trabalhar. “Se esse ônibus elétrico cumprir tudo o que foi proposto será um sonho porque a frota atual conta com veículos que quebram com frequência e eu acabo chegando atrasada no meu trabalho”, relata.

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A manicure Suziele Cristina Silva aguarda a implantação dos ônibus elétricos com grande expectativa. “Vai ser bom demais, tenho esperança que seja melhor!”. Segundo ela, o Eixo Anhanguera atual não supre a necessidade de todos. “O ônibus é todo quebrado, sempre lotado e passa em pouca quantidade principalmente em horário de pico”, reclama. 

Gerente de Recursos Humanos, Renilcy Dias também vê como maior problema a superlotação e falta de organização. “Eu não uso com tanta frequência o eixo, mas acho que o trabalhador e o estudante que usam constantemente merecem conforto”, relata a gerente que sai de Abadia de Goiás para trabalhar no Centro de Goiânia.

Roberto Inácio da Silva – que vende artigos diversos em terminais de ônibus dentro dos veículos do Eixo Anhanguera há mais de 28 anos – conta das dificuldades enfrentadas diariamente. “Tem muito tumulto, falta de ônibus, uma péssima estrutura, sem falar que demora muito trocar os ônibus que estão estragados”, reclama.

Sobre as melhorias que o ônibus elétrico pode trazer o vendedor declara que não tem expectativa, pois o benefício não dura muito tempo. “Tudo no começo é um mar de rosas, mas a própria sociedade vai lá e estraga tudo”, desabafa.

As pessoas que mais sofrem com as condições do eixo são pessoas com deficiências como é o caso da atendente Maria Rosilda Alves, que teve de mudar de cidade para deixar de usar o Eixo Anhanguera. “Eu tive que mudar para sair desse sofrimento. Tem muita dificuldade de acesso para cadeirantes porque a plataforma fica distante do transporte, então não tem como entrar sem ajuda”, lamenta.

Edital

O anúncio sobre o edital para a aquisição da frota elétrica foi feito na última sexta-feira (1) pelo governador de Goiás, Ronaldo Caiado. A iniciativa faz parte de um pacote de ações para a reestruturação do transporte coletivo em Goiânia e Região Metropolitana. Na ocasião, o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, também anunciou que a gestão municipal planeja revitalizar a Avenida Anhanguera. A prefeitura informou à reportagem que não tem mais detalhes sobre a revitalização, porque é um projeto que “ainda está sendo construído”. 

O edital afirma ainda que o aluguel dos ônibus elétricos é de responsabilidade da empresa vencedora a manutenção integral da frota, bem como a implantação e instalação da infraestrutura de recarga e suporte, como locação de carregadores, assim como a adaptação da estrutura da oficina e garagem da Metrobus. 

Também fica a cargo da contratada a apresentação de um projeto de execução contendo todas as adaptações necessárias na subestação de energia e nos terminais para a operacionalização da frota.

A reportagem entrou em contato com a assessoria da Metrobus para saber mais informações sobre o ônibus elétrico, mas a assessoria informou que a maioria das respostas se encontravam no edital disponibilizado no site da Metrobus. 

Sobre as reclamações feitas pelos usuários a respeito da frota atual do Eixo Anhanguera, a assessoria afirmou que trocar a frota toda atual já é uma resposta aos usuários da linha. Sobre outras questões levantadas pela reportagem de O Hoje – como é o caso da dificuldade dos cadeirantes em utilizar o Eixo –, a assessoria afirmou que teria disponibilidade para entrevista somente na próxima sexta-feira. 

Outro questionamento feito pela reportagem de O Hoje sobre o possível aumento do valor da tarifa por conta das melhorias no sistema, a assessoria de imprensa informou que “sobre a questão do preço da passagem também já saiu várias matérias falando que não sofrerá reajustes”.

Redução de danos ambientais

O ônibus elétrico tem como uma das propostas reduzir danos ambientais que transportes tradicionais podem causar. Diretor técnico da Associação para Recuperação e Conservação do Ambiente (Arca), Gerson de Souza Arrais Neto analisa a troca da frota a diesel pela elétrica como uma boa opção. 

“Os ônibus elétricos são uma necessidade imprescindível para as cidades porque além de serem muito mais eficientes, são muito menos poluentes. Para começar, a energia elétrica é muito mais barata do que o óleo diesel, o que pode reduzir o custo do transporte coletivo”, explica.

O especialista e representante da organização não-governamental também destaca as vantagens com relação à poluição sonora e a melhora no clima. “O ônibus elétrico não emite carbono, o que ajuda no combate a mudança climática e na melhoria do microclima urbano. O ônibus elétrico também tem muito menor nível de ruído do que ônibus com motor a explosão, o que garante um maior conforto na viagem”.

Além dos benefícios ambientais existem também benefícios financeiros. “Sofreremos menos com a flutuação de preços dos combustíveis fósseis e do etanol, que são controlados por grupos de oligopólio. A geração de energia distribuída, nas casas e nas empresas, reduzirá os custos com energia e tornarão todo o sistema mais eficiente e inteligente”, finaliza.

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