“Eu queria ver a reação das pessoas”: diz aluno que fez menção a massacre em universidade de Goiânia

Nesta segunda-feira (16/5), um estudante foi autuado, pela Polícia Civil de Goiás, por uma suposta ameaça de massacre a alunos da Universidade Paulista (UNIP) de Goiânia.

Postado em: 16-05-2022 às 16h52
Por: Ana Bárbara Quêtto
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O aluno é do primeiro período de ciência da computação. | Foto: Reprodução/Arquivo pessoal.

Nesta segunda-feira (16/5), Polícia Civil de Goiás autuou um estudante de ciência da computação, de 19 anos, com o intuito de investigar uma suposta ameaça de massacre a alunos da Universidade Paulista (UNIP) de Goiânia, no campus localizado na BR-153. Mensagens começaram a circular em grupos de WhatsApp há uma semana sobre o possível massacre. A confusão aconteceu na noite desta sexta-feira (13/5).

Em entrevista ao O Hoje, o Delegado da 17º DP de Goiânia, Anderson Pimentel, afirmou que o aluno teria perguntado para amigos do grupo “Se vocês fizessem um massacre, quem vocês poupariam da nossa sala?”, sem direcionar a pergunta a ninguém. A indagação do jovem causou pânico entre os discentes que, logo foram relatar o ocorrido ao coordenador do curso.

O Hoje teve acesso a prints de algumas das mensagens enviadas nos grupos de alunos da Universidade. As falas repercutiram em diferentes turmas.

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“Ninguem está a fim de ir a aula agora, tu tá causando PÂNICO, tu tem noção do que tu fez? [SIC]”, disse um dos estudantes ao aluno que enviou as mensagens.

“Apenas uma pergunta. Não foi com intuito de ofender ninguém”, disse o estudante, tentando minimizar a situação.

Ainda no final de semana, a Polícia Civil tomou conhecimento da situação, a partir de denúncias do coordenador. Na manhã de hoje (16/5), o estudante foi ouvido na 17º DP de Goiânia, acompanhado de sua mãe. Ele alega que as mensagens foram “tiradas de contexto”

“Ele foi muito infeliz e inoportuno em suas colocações, mas, ele não parece ser uma pessoa agressiva e se mostrou arrependido”, afirmou o Delegado.

Segundo Pimentel, o aluno infringiu o Art. 41 da Lei das Contravenções Penais. Ou seja, o jovem foi autuado por ferir a paz pública, ou praticar qualquer ato capaz de produzir pânico ou tumulto. A pena é uma prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa de 200 mil reais.

O Hoje entrou em contato com a assessoria de comunicação da UNIP. Em nota, a instituição informou que afastou o aluno temporariamente até tudo seja resolvido. Confira o conteúdo da nota a seguir:

Em relação ao fato de que um aluno do curso de Ciência da Computação da UNIP, campus Goiânia, teria enviado mensagem, por um celular particular, perguntando a um grupo de estudantes sobre a possibilidade de ocorrer um “massacre” dentro da instituição, esclarecemos com o que segue abaixo.

Tão logo se tomou conhecimento da situação, o autor da mensagem foi ouvido pela coordenação do curso. O estudante alegou ter agido por brincadeira e que não teve intenção de assustar ou causar pânico entre os colegas universitários.

Paralelamente, a Polícia Militar esteve no campus e ouviu os alunos. E o autor da mensagem seguiu prestando esclarecimentos às autoridades policiais.

Vale ressaltar que a UNIP mantém, diariamente, uma equipe atenta à questão de segurança de alunos, professores e colaboradores.

Independentemente da veracidade ou não do conteúdo da mensagem, a UNIP decidiu reforçar o efetivo de segurança, a fim de assegurar tranquilidade aos estudantes e aos demais presentes ao campus.

Além disso, a instituição decidiu suspender as atividades acadêmicas do referido aluno, até que tudo seja esclarecido.

Certos de contar com a compreensão de todos, despedimo-nos.

* Com colaboração de Ícaro Gonçalves. Reportagem atualizada às 23h15, para inclusão de nota.

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