Pais questionam as mensalidades escolares
As direções dos colégios alegam que a contribuição é voluntária. Apesar disso, a polêmica é antiga, e já ultrapassa mais de 20 anos
Por: Sheyla Sousa
Os colégios militares são públicos, e mantidos com recursos do governo estadual, apesar disso as escolas cobram uma taxa mensal de contribuição, para manter reparos e melhorias na escola. A contribuição, na teoria não deve ser obrigatória. Mas, pais de alunos de diversas unidades ainda questionam a contribuição e alegam que são impedidos de realizar matriculas para o ano seguinte, por conta da exigência das mensalidades.
As direções dos colégios alegam que a contribuição é voluntária. Apesar disso, a polêmica é antiga, e já ultrapassa mais de 20 anos. Os pais contam que, em alguns momentos, a matrícula dos filhos chega a ser ameaçada pelo não pagamento dos valores.
“Meu filho estudou em colégio militar há mais de sete anos, teve momentos em que eu não tinha como pagar e era preciso pegar emprestado. A vergonha é muita. Fizeram eu falar com a direção, que era irredutível”, contou um pai de aluno, de uma das unidades de Goiânia, que não quis se identificar.
Nas novas unidades dos colégios Militares, pelo Estado, a prática também acontece. Em Itumbiara, pais de alunos relatam que a ordem é ir até a tesouraria pagar todas as mensalidades, referente ao ano anterior. O valor anual é de aproximadamente R$ 600, e a matrícula conforme uma mãe só é realizada após o pagamento.
Em jataí, a escola chegou a oferecer um trabalho para uma mãe pagar a mensalidade. “Não tinha condição de pagar a dívida em atraso”, relatou.
Justiça
Há dois anos a Justiça determinou que a frequência e a matrícula dos alunos deveriam ser garantidas sem pagamentos obrigatórios e sem emitir carnê ou boletos. A Justiça considerou que por se tratar de escolas públicas, a mensalidade não poderia ser cobrada.
Em nota, a Secretaria Estadual de Educação informou que os pais de alunos dos colégios militares que se sentirem obrigados a pagar uma taxa mensal que é voluntária podem denunciar o caso na ouvidoria da Secretaria, na Polícia Militar ou no Comando de Ensino da corporação. (Wilton Morais é integrante do programa de estágio do Jornal O Hoje, sob orientação do editor de Cidades Rhudy Crysthian).
