Em julho, IPCA-15 apresentou menor variação mensal desde junho de 2020

Dos nove grupos de produtos e serviços analisados, seis apresentaram variação positiva e os outros três desaceleraram o indicador

Postado em: 28-07-2022 às 08h21
Por: Maria Paula Borges
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Sobre os transportes, a queda foi significativa, principalmente, pela redução de 5,01% no preço da gasolina e 8,16% no etanol | Foto: Reprodução

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial do Brasil, foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O documento apresenta que a prévia desacelerou e atingiu a menor variação do indicador desde junho de 2020. No período em que foi registrada a menor variação do IPCA-15, a prévia estava em 0,02%. Agora, o indicador ficou em 0,13%, abaixo da taxa registrada no mês passado, que foi de 0,69%. Já em julho do ano passado, a taxa ficou em 0,72%.

Em 2022, o Índice Nacional acumula alta de 5,79%, sendo a terceira maior taxa para um mês de julho desde 2000. Se for analisado o indicador com acúmulo de 12 meses, a prévia ficou em 11,39%, número inferior aos 12,04% registrado em junho, que foi considerada a maior taxa para um mês de julho desde 2003, quando atingiu 16,01%. 

A inflação anual do Brasil está em dois dígitos desde setembro, sendo uma quantidade acima do teto da meta estabelecida pelo governo para 2022.

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Produtos e serviços 

O IBGE utilizou para cálculo do IPCA-15 nove grupos de produtos e serviços. Destes, seis apresentaram variação positiva e os outros três desaceleraram o indicador no período entre junho e julho.

Dentre os que apresentaram variação positiva, o maior impacto individual veio do leite longa vida, com 22,27%, que influenciou a alta no serviço de alimentação e bebidas, com 1,16%. Entretanto, a maior variação veio da área de Vestuário, com 1,39%, acumulando ao ano, a alta de 11,01%.

Já em relação a queda, os setores que se destacaram foram os de transportes e habitação, com -1,08% e -0,78%, respectivamente. É importante relembrar que as variações negativas observadas se devem à redução das alíquotas de Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis, energia elétrica e comunicações, devido a Lei Complementar 194/22, sancionada em junho.

Sobre os transportes, a queda foi significativa, principalmente, pela redução de 5,01% no preço da gasolina e 8,16% no etanol. Já na área de energia, a houve redução do ICMS em várias regiões, atingindo, fortemente e de forma positiva, Goiânia, que teve o imposto reduzido de 29% para 17%, fazendo com que a energia elétrica sofresse queda de 12,02%. 

No que se refere a alimentação, a aceleração foi de 0,25% para 1,16%, principalmente pelo aumento do leite longa vida, em 22,27%, atingindo diretamente os derivados do leite como requeijão (4,74%), manteiga (4,25%) e queijo (3,22%). As frutas também se destacaram, com 4,03%, que já haviam apresentado queda de 2,61% em junho. Além disso, outros destaques foram o feijão-carioca (4,25%) e o pão francês (1,47%). 

O conjunto de fatores fez com que a alimentação em domicílio variasse 1,12% em julho, enquanto a alimentação fora de domicílio aumentou de 0,74% em junho para 1,27% esse mês. 

No setor de vestuários, o aumento foi de 1,39%. Nesse quesito, as roupas masculinas tiveram aumento de 1,97% nos preços em julho, sendo responsáveis por grande parte da variação. Enquanto isso, as roupas femininas apresentaram 1,32% e calçados e acessórios registraram altas de 1,57%. (Especial para O Hoje)

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