Polícia Civil indicia camareira por estelionato após mulher fingir ter leucemia para aplicar golpe, em Pirenópolis
Mais de 200 pessoas ajudaram a mulher
Por: Ana Júlia da Cruz Costa
A Polícia Civil de Goiás (PCGO) indiciou a camareira Débora Barros dos Santos, 26, por estelionato após mulher fingir ter leucemia para aplicar golpes em colegas de trabalho, amigos e familiares, em Pirenópolis. A informação foi divulgada pelo delegado que concluiu o inquérito do caso, Tibério Cardoso, ao portal g1. De acordo com a investigação feita pela polícia, a jovem arrecadou mais de R$ 27 mil via PIX e aproximadamente R$ 4 mil em dinheiro.
O delegado responsável pelo caso explicou que Débora foi indiciada no fim da semana passada por estelionato praticado em crime continuado, porque ela fez diversas vítimas subsequentes. A jovem chegou a admitir em seu depoimento que o dinheiro obtido seria para pagar o suposto tratamento e insistiu que passou por quimioterapia no Hospital Araújo Jorge, em Goiânia. No entanto, o hospital comunicou que a mulher nunca foi paciente da unidade.
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Em fala para o g1, o delegado Tibério detalhou que Débora não possui laudo médico que ateste o suposto diagnóstico de leucemia. “Por fim, ela alega que não sente mais sintomas da doença depois que voltou para o Maranhão”, completou a autoridade.
A jovem segue respondendo em liberdade, na cidade de Pio XII, no Maranhão, onde ela está desde o fim de janeiro deste ano. Se condenada, Débora pode pegar até 5 anos de prisão e sua pena pode aumentar em mais de 3 anos.
Defesa do pai
O pai de Débora disse que a filha foi usada por outra mulher, a qual teria dito que a jovem tinha câncer. A família contou que essa mulher apareceu na vida da camareira 4 meses antes das doações de dinheiro. Esta versão foi apresentada para as autoridades, na última semana de dezembro. De acordo com o delegado Tibério, a jovem também fala desta suposta mulher em seu depoimento, mas afirma ter perdido contato com ela e que “não conhece mais ninguém que tenha esse contato”.
Relato dos colegas
O caso de Débora foi denunciado por funcionários de uma pousada onde ela trabalhava, em Pirenópolis. Os colegas de trabalho contam que ficaram sensibilizados com a situação e, por isso, chegaram a contribuir financeiramente. Três amigas de Débora, sensibilizadas com a suposta doença, também fizeram tatuagens em homenagem à mulher. As desconfianças surgiram, porque a camareira nunca permitia que alguém a acompanhasse ao hospital e não apresentava atestados médicos das consultas.
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Uma das colegas de trabalho de Débora relatou que a jovem enviava fotos com sangue pelo corpo. Segundo a camareira, o sangue era por conta dos coágulos que saíam, após as sessões de quimioterapia. Contudo, o delegado afirma que as fotos passaram por análises médicas e os profissionais afirmaram que o sangue das fotos era falso.