Goianienses endividados aumentam 6,07% em maio, aponta pesquisa

O setor com participação mais expressiva no número de dívidas em março na capital foi o banco, com 64,90% do total

Postado em: 21-06-2023 às 09h00
Por: Sabrina Vilela
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O tempo médio de atraso das dívidas é igual a 27 meses, sendo que 33,73% estão inadimplentes entre um e três anos | Foto: Reprodução

Entre os meses abril e maio deste ano, o número de inadimplentes em Goiânia registrou aumento de 1,94%, de acordo com Pesquisa do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito com o apoio da base de dados da CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas). Referente ao mesmo período do ano passado, a capital também apresentou crescimento de 6,07%. 

A média das dívidas de goianienses negativados somavam no mês de maio R$ 4.617,11. Ainda de acordo com a pesquisa, os inadimplentes residentes na capital tinham dívidas de até R$ 500. Esse percentual chega a 44,03% em débitos de até R$ 1.000. 

De acordo com o coordenador da CDL Goiânia,  Felipe Teles, no início de 2023 o índice de inadimplência apresentou recuo, especialmente devido às oportunidades de quitação dos débitos que costumam surgir no fim do ano, com o aproveitamento do 13º salário e outras receitas, mas voltou a crescer em março.

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O especialista também explica que os motivos que levam ao déficit financeiro são a alta dos preços de produtos básicos e a alta taxa dos juros. 

“Nesse ponto, vale citar que 65% das dívidas dos consumidores goianienses são devidas aos bancos, o que se justifica pelo fato de que os bancos disponibilizam diferentes linhas de crédito, como financiamentos, cartões, empréstimos. Assim, centralizam também a maior parte da inadimplência”, salienta.

Instituições financeiras lideram ranking

Os setores com participação mais expressiva no número de dívidas em março na capital foram o de Bancos, com 64,90% do total, seguido de comunicações (9,90%), comércio (8,69%), outros (8,63%) e água e luz (7,88%). Apesar dos bancos estarem liderando o ranking da inadimplência, Teles afirma que o maior vilão do nome negativado é a falta de gestão financeira por parte do próprio consumidor. 

“Uma vez que, independentemente da linha de crédito utilizada, o descontrole financeiro é o principal ponto de partida para que o consumidor assuma mais débitos do que sua capacidade econômica e venha a se tornar inadimplente, especialmente caso não possua reservas de emergência para eventuais imprevistos”,declara.

Perfil de devedores 

De acordo com a pesquisa da CDL Goiânia, a faixa etária de devedores com participação mais expressiva foi a de 30 a 39 anos (26,47%). Os homens permanecem entre os mais devedores, com 50,64%, contra o indicador de 49,36% das mulheres. 

Já o tempo médio de atraso das dívidas é igual a 27 meses, sendo que 33,73% estão inadimplentes entre um e três anos. 

Somente no último mês, cada consumidor inadimplente da capital tinha em média 2,175 dívidas atrasadas. Na região Centro‐Oeste foram 2,153 dívidas por pessoa inadimplente, número acima da média nacional registrada no mês (2,087).

Bola de neve

Para evitar que as contas se tornem uma ‘bola de neve’, o coordenador da CDL Goiânia,  Felipe Teles, aponta que é importante ter sempre em mente a sua capacidade financeira, considerando os ganhos previstos e despesas fixas, além de outros gastos regulares. 

Além disso, ele frisa que antes de contrair uma nova linha de crédito, principalmente com bancos e financeiras, é recomendável analisar atentamente as taxas, juros, multas e outros valores envolvidos nessa contratação.

“Caso já esteja inadimplente, o consumidor pode entrar em contato com o fornecedor para tentar uma renegociação da dívida. É através da negociação diretamente com o credor que o consumidor poderá apresentar sua capacidade financeira e estabelecer um valor acessível para o pagamento parcelado e, aos poucos, restabelece o seu crédito, ou mesmo obter um desconto para a quitação do débito à vista”, pontua.

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