Medicação a partir de planta do Cerrado é esperança para pessoas com vitiligo

O estudo ainda está em fase de andamento, mas passa por pesquisa por meio da Universidade Federal de Goiás (UFG) há 13 anos

Postado em: 24-06-2023 às 08h00
Por: Sabrina Vilela
Imagem Ilustrando a Notícia: Medicação a partir de planta do Cerrado é esperança para pessoas com vitiligo
Um dos motivos que pode levar a pessoa a desenvolver o vitiligo é histórico familiar | Foto: Reprodução

O vitiligo é uma doença genética de origem autoimune que atinge cerca de 95 milhões de pessoas no mundo. Somente no Brasil, mais de um milhão de pessoas têm a doença, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia. 

A estimativa é de que o vitiligo afeta entre 0,5% e 2% da população mundial, de várias idades, etnia ou gênero, segundo a Vitiligo Research Foundation.

A doença é caracterizada pela despigmentação da pele resultando em manchas brancas no corpo. Apesar de muitas pessoas portarem a enfermidade, a sua causa ainda não é completamente compreensível. E mesmo com a modernidade ainda não existe uma cura para isso. 

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Um dos motivos que pode levar a pessoa a desenvolver o vitiligo é histórico familiar, conforme salienta a professora de farmácia da Estácio e doutora em ciências farmacêuticas, Mariana Cristina de Morais. 

“Além disso, fatores autoimunes, como distúrbios da tireóide e outras condições, podem aumentar o risco de desenvolver a doença. Lesões na pele e estresse também são considerados fatores de risco”, explica.

No entanto, uma planta do Cerrado, conhecida como mama-cadela, é esperança para pessoas que passam por esse processo de perda de pigmentação. O estudo ainda está em fase de andamento, mas  passa por pesquisa por meio da Universidade Federal de Goiás (UFG) há 13 anos. 

A professora explica a eficácia da pesquisa. “Como o meu estudo, que investiga o uso de uma planta típica do Cerrado brasileiro, a mama-cadela, no desenvolvimento de tratamentos para o vitiligo. Resultados preliminares mostraram efeitos promissores de repigmentação da pele, oferecendo uma alternativa segura e menos agressiva aos pacientes”, esclarece. 

Além da medicação desenvolvida a partir da mama-cadela, existem formas de tratamentos que foram comprovadas cientificamente. “Medicamentos tópicos, terapia de luz, terapia com laser e outras abordagens podem ajudar a reduzir as manchas e melhorar a aparência da pele. É importante que cada caso seja avaliado individualmente por um dermatologista, levando em consideração a extensão das manchas e as preferências do paciente”. 

Apesar da mama-cadela apresentar resultados, ainda não é um medicamento que foi liberado e patenteado devido a entraves da própria matéria-prima. ” Nós não temos produtos no mercado, porque nós temos um grande entrave ambiental, porque a mama-cadela é uma planta típica do Cerrado e as substâncias ativas estão em maior concentração na raiz. E se a gente faz a coleta da raiz, a gente acaba depredado a planta. Então para que essa planta não entre em extinção nós temos que ter um cuidado maior”, ressalta.

Ainda de acordo com Mariana, a ideia para resolver o problema é fazer um manejo sustentável da planta. Ela também pontua que não se deve consumir a planta sem orientação médica, porque o uso deliberado pode trazer consequências.

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