Soja e milho tendem a ficar mais baratos nos supermercados

O alto volume da Safra 2022/2023 somado ao crescente faturamento das exportações desses produtos interferem diretamente na queda da inflação de Goiás

Postado em: 20-07-2023 às 08h30
Por: Larissa Oliveira
Imagem Ilustrando a Notícia: Soja e milho tendem a ficar mais baratos nos supermercados
A redução de custos na produção implica diretamente nos preços do óleo de soja, derivados da soja e também no preço da carne | Foto: iStock

O alto volume da safra da soja e do milho somado ao crescente faturamento das exportações desses produtos interferem diretamente nos índices de inflação de Goiás. Os consumidores goianos já podem esperar por preços menores nas prateleiras dos supermercados. “Esses produtos tendem a ficar cada vez mais baratos”, afirmou o economista Danilo Orsida em entrevista ao Jornal O Hoje. Segundo o especialista, os indicadores de inflação do último mês reforçam esse fato. 

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o mês de junho teve deflação, ou seja, houve um recuo nos preços em comparação a maio. Segundo o IBGE, é o quarto mês seguido que a inflação perde força. Porém, é a primeira vez no ano que ela fica abaixo de zero, com -0,08%. A última vez em que a inflação apresentou queda foi em setembro do ano passado. O IBGE destacou que alimentação e bebidas e transportes são os grupos com maior influência dentro da cesta de consumo das famílias.

De acordo com o especialista, os preços dos grãos, como a soja, caíram nos últimos meses. “A soja também é um insumo para a ração animal. Nesse sentido, a redução de custos na produção tem uma implicação direta no mercado. Houve uma queda nos preços do óleo de soja, derivados da soja e também no preço da carne. A queda de preços nesse segmento é consequência dos efeitos da boa safra e da boa produção”, explicou o especialista.

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Exportações

De acordo com a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), no 1° semestre de 2023, Goiás faturou mais de US$ 6,1 bilhões com todas as exportações do agronegócio. O complexo de carnes correspondeu a 15,05% do total de vendas externas, enquanto o de cereais, farinhas e preparações, 4,09%. O grande protagonista foi o complexo da soja, responsável por 73,2%. Sozinha, a comercialização externa da commodity gerou mais de R$ 4,4 bilhões para o estado. 

Segundo dados da plataforma Estatísticas de Comércio Exterior do Agronegócio Brasileiro (Agrostat), os produtores goianos venderam para mais de 100 países. Mais uma vez, a China foi a grande parceira comercial do estado. A principal cliente respondeu sozinha por 59,91% das compras externas, o que equivale a cerca de US$ 3,65 bilhões. Seguem o país asiático o bloco da União Europeia (6,96%), Tailândia (3,5%), Indonésia (2,83%) e Vietnã (2,43%).

Conforme o secretário da Seapa, Pedro Leonardo Rezende, afirmou, o agronegócio tem papel crucial na economia goiana. “Por isso que buscamos estratégias para promover o constante crescimento do setor. Nossos números são resultado do trabalho árduo dos agricultores e pecuaristas goianos, mas também do apoio do Governo de Goiás. O fato de termos comercializado com mais de 100 países, por exemplo, mostra a diversificação e alcance dos nossos produtos no mercado internacional”, ressaltou o secretário.

Safras

De acordo com o 10º Levantamento da Safra de Grãos divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Goiás terá um novo recorde na produção de grãos. As lavouras goianas devem produzir 31,5 milhões de toneladas na Safra 2022/2023. O volume representa um avanço de 9,1% em relação ao que foi colhido no ciclo anterior (2021/2022). A previsão faz com que o Estado abra vantagem sobre o Rio Grande do Sul na disputa pelo terceiro lugar entre os maiores produtores estaduais de grãos. 

Conforme o relatório da Conab, a área plantada se manteve estável na comparação de junho para julho. Enquanto isso, a produtividade foi revisada para cima, passando de 4.391 quilos por hectare para 4.454 quilos por hectare. “Aliado aos investimentos dos produtores goianos em tecnologia e manejo produtivo, para essa safra é importante reiterar as condições climáticas favoráveis, fundamentais aos resultados obtidos”, afirmou a superintendente de Produção Rural da Seapa, Patrícia Honorato. 

Ainda segundo os dados da Conab, a soja e o milho são os principais produtos da pauta agrícola. Comparando o resultado do ciclo anterior com a estimativa para a Safra 22/23, essas commodities têm projeção de crescimento de 2,0% e 18,9%, respectivamente. No caso da soja, o Conab aponta para um volume de 17,7 milhões de toneladas (+2,0% em relação à Safra 21/22). Já no caso do milho, a estimativa é de 11,6 milhões de toneladas (+18,9% em relação à Safra 21/22).

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