Condenados irmãos que cometeram atentado contra advogado

Naiara Gonçalves

Os irmãos Ovídio Rodrigues Chaveiro e Valdinho Rodrigues
Chaveiro receberam no fim da tarde desta sexta-feira (31) a sentença de 11 anos,
9 meses e 16 dias, a ser cumprida em regime inicialmente fechado, pela prática
de homicídio tentado triplamente qualificado, contra o advogado Walmir Oliveira
da Cunha. A decisão foi dada pelo juiz Lourival Machado da Costa, da 2ª Vara de
Crimes Dolosos Contra a Vida.

A vítima sofreu lesões gravíssimas, com a perda de três dedos
da mão esquerda, fraturas no pé, lesões no abdome, queimaduras nas pernas,
tendo que se submeter a oito cirurgias e centenas de sessões de fisioterapia.

Ao fim da decisão, a vítima disse que recebia a sentença no
mesmo horário da circunstância do crime, ocorrido no dia 15 de junho de 2016. “Recebo
a renovação da esperança. Renova minha esperança no poder judiciário, na
sociedade brasileira e sobretudo que essa punição sirva como um desestímulo
para qualquer um que pense em cometer um atentado contra qualquer tipo de
profissional, seja da imprensa ou do poder judiciário. É uma vitória da sociedade
brasileira”, disse Walmir Oliveira da Cunha. Os pais da vítima também acompanharam
o julgamento, que foi a júri popular.

Para o promotor de justiça, José Eduardo Veiga Braga Filho, a
decisão aconteceu dentro do esperado, com provas e testemunhas amparados e
sustentados por laudos periciais.

Apesar da sentença, a decisão cabe recurso.

Entenda o caso

O advogado Walmir Oliveira da Cunha, em 2013, atuou em uma
causa na vara de família, de regulamentação de visita que resultou na alteração
da guarda de uma menor, filha de seu cliente Petrônio, onde figurava como parte
contrária Natália Domingos Chaveiro, filha do réu Valdinho e sobrinha do réu Ovídio.

A decisão gerou grande revolta na família do réu Valdinho.
Motivado por vingança e contando com apoio de seu irmão e corréu Ovídio
arquitetaram a morte da vítima.

Munido de um artefato explosivo disfarçado de presente, contratou
os serviços de um mototaxista, para que o mesmo entregasse a encomenda à vítima
em seu escritório, local onde houve a explosão do artefato, causando as lesões
na vítima.