Presos realizam motim Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia

Na sexta (31), detentos fizeram confusão no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Em Formosa, presos incendiaram celas na tarde de quinta (30)

Postado em: 01-09-2018 às 06h00
Por: Fabianne Salazar
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Na sexta (31), detentos fizeram confusão no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Em Formosa, presos incendiaram celas na tarde de quinta (30)

O incidente na unidade de Aparecida ocorreu porque os presos não queriam revista nas celas

Rafael Melo

Na manhã de sexta-feira (31), presos fizeram motim na Penitenciária Odenir Guimarães (POG), no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da Capital. A confusão resultou em 15 reeducandos feridos, dois deles foram levados para o hospital. De acordo com a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGPA) o incidente ocorreu porque os presos não queriam permitir a realização da ação de revista nas celas. A unidade prisional de Formosa, localizada no Entorno do Distrito Federal, também foi palco de um princípio de rebelião na tarde de quinta-feira (30).

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Ainda segundo a DGPA, foi necessário a utilização de armamento não letal na unidade de Aparecida para controlar a situação, os agentes tiveram que usar balas de borracha para controlar os internos. Dentre os quinze que ficaram feridos, dois deles tiveram que ser levados para a unidade hospitalar para suturas, mas não tiveram os nomes divulgados por questões de segurança. “Não houve risco de morte ou ferimentos graves. Os responsáveis pelo tumulto foram autuados em flagrante por desobediência e crime contra a Administração Pública”, informou a DGPA.

O último princípio de rebelião na unidade ocorreu no dia 15 de agosto quando internos da Ala B, por motivo de rivalidade, tentaram invadir a Ala C, mas foram contidos por agentes de plantão. Devido ao ocorrido, pelo menos 21 presos da Colônia Agroindustrial do Regime Semiaberto tiveram que ser transferidos, apesar disso, não houve nenhum ferido. A DGAP não informou para onde os presos foram realocados. Na ocasião, o Grupo de Operações Penitenciárias Especiais (Gope) e o Comando de Policiamento Especializado da Polícia Militar de Aparecida de Goiânia foram acionados pra atender a ocorrência no local.

Rebelião em Formosa

A unidade prisional de Formosa, localizada no Entorno do Distrito Federal, também foi palco de um princípio de rebelião na tarde de quinta-feira (30). De acordo com a DGAP, detentos ligados a facções criminosas iniciaram um tumulto e incendiaram algumas celas e áreas destinadas a visitas íntimas. O órgão declarou que os presos foram imediatamente contidos pelos agentes de plantão juntamente com equipes do Grupo de Intervenção Tática (GIT) e da Polícia Militar que deslocaram para o presídio a fim de isolar os detentos e manter a ordem. O Corpo de Bombeiros também foi acionado para conter as chamas com caminhões tanques, não houve feridos nem reféns.

Segurança do Estado

Desde o início de 2018, as forças policiais da Capital passaram a ter uma preocupação a mais em relação a duas cidades goianas próximas ao Distrito Federal, Formosa e Anápolis. Em fevereiro, o Governo de Goiás inaugurou dois presídios nessas cidades com o objetivo de abrigar detentos de alta periculosidade. No entanto, apesar do caráter de segurança máxima da unidade, o ex-braço direito de Fernandinho Beira-Mar que estava preso na unidade foi solto por engano em julho deste ano. Leomar de Oliveira Barbosa, conhecido como Playboy, teve a liberdade concedida pela justificativa de que houve um equívoco dos servidores do presídio.

Um dos principais objetivos relacionado à atenção especial para as unidades de Formosa e Anápolis consiste em evitar os confrontos entre presos integrantes das duas maiores facções criminosas do Brasil, a Administração Penitenciária optou por segregá-las. Para a unidade de Formosa são mandados os detentos identificados como membros do Comando Vermelho (CV). Já os presos fiéis ao Primeiro Comando da Capital (PCC) são mantidos em Anápolis.

O sistema penitenciário

A Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) e o Ministério Público de Goiás assinaram, nesta quinta-feira (30), um termo de ajuste de conduta (TAC) com o objetivo realizar um levantamento, diagnóstico e reestruturar o sistema penitenciário goiano. Com base em uma distribuição regional, será apresentado um estudo e diagnóstico que prevê a construção e reforma de todos os presídios.

Na oportunidade, o diretor-geral coronel Edson Costa afirmou que o TAC é um reforço para as ações que já estão em andamento. De acordo com ele, um outro tema importante é a respeito do regresso de presos aos Estados onde tem os seus processos julgados. “Temos debatido em nível nacional e pedimos ao Departamento Penitenciário Nacional (Depen) uma operação que viabilize condições de retorno dos presos para suas origens”, explicou. 

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