Calor pode causar sérios problemas à saúde, alerta especialista

Boa parte do Brasil enfrenta temperaturas mais altas que o normal, devido a uma massa de ar extremamente quente. Com a elevação das temperaturas e sem previsão de baixa, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta vermelho de grande perigo para 15 estados – entre eles Goiás – e o Distrito Federal.

O primeiro alerta emitido pelo Inmet mencionava apenas sete estados. Depois, a onda de calor passou a abranger 13 unidades da Federação. Agora são 15, mais o DF.  Esse tipo de sobreaviso ocorre quando se espera um fenômeno meteorológico de “intensidade excepcional, com grande probabilidade de ocorrência de grandes danos e acidentes, com riscos para a integridade física ou mesmo à vida humana”, segundo o instituto.

Há mais de 2,5 mil municípios afetados pela onda de calor, segundo o Instituto e destes, 1.413 estão sob aviso de perigo, sendo que 1.138 cidades estão na classificação de grande perigo. 

O site de meteorologia MetSul, aponta uma média de 10ºC e 15ºC acima das médias históricas para algumas áreas do país no decorrer desta semana, o que consequentemente irá levar às máximas fora do comum e sem precedentes em todas as cinco regiões do país, com um alto potencial para quebras de recordes.

Esta será a quarta onda de calor que o Brasil vive no segundo semestre deste ano, segundo a Climatempo. Além disso, a previsão é que esta, pode ser ainda mais forte do que as registradas em agosto, setembro e em outubro de 2023.

O gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimahgo), André Amorim, disse ao jornal O Hoje, que a massa de ar quente e seco que assola todo o país, vem se fortalecendo desde a semana passada e tende a se fortalecer nesta semana. Dessa forma, a tendência das temperaturas é se elevarem mais nos próximos dias em Goiás.

Esta massa de ar quente, por sua vez, formam também um bloqueio atmosférico, dificultando a possibilidade de chuvas, segundo André. Ele pontua que isso não significa que não possa ocorrer chuvas, como foi o caso dessa segunda-feira, quando choveu em algumas regiões do estado. “Hoje as temperaturas estão elevadas e estamos com a situação bastante complicada”, comenta.

De acordo com André, a previsão é de que o calor permaneça em todo o estado, até a próxima sexta-feira (17). “No final de semana nós já temos uma mudança nas condições do tempo”, afirma. Uma frente fria deve chegar em Goiás neste final de semana, o que pode possibilitar chuvas em algumas regiões, além de diminuir um pouco as temperaturas.

As orientações do gerente em relação ao calor são: evitar exposição ao sol e também a desidratação. No caso das pancadas de chuvas com tempestades que podem cair no final de semana, André orienta que as pessoas fiquem atentas às chuvas e não se aventurem em meio às tempestades. “Terão rajadas de vento, raios, essas coisas todas, que podem sim trazer um risco à saúde e à vida das pessoas”, finaliza.

O mês de novembro é conhecido por suas altas temperaturas em algumas regiões do país, o que faz com que a maioria da população esteja adaptada ao calor. No entanto, a quentura extrema pode causar sérios riscos e danos a quem se expõe a ela.

Ficar exposto ao sol, principalmente  nos horários de pico do calor, ou seja, entre 12 e 16 horas, pode acarretar uma série de alterações no organismo da pessoa e isso oferece risco à saúde, principalmente para grupos que apresentam mais fragilidade na saúde, como é o caso dos idosos, pessoas com comorbidade, e crianças pequenas.

Ao ser exposto ao calor, o corpo apresenta algumas reações de imediato, uma vez que ele precisa se adaptar à alta temperatura, podendo levar o indivíduo a sentir mal estar, fraqueza e inquietação. Nos casos mais graves, pode apresentar tontura, dor de cabeça, fraqueza, sensação de desmaio, dor no corpo, diarreia, vômitos e às vezes febre. 

De acordo com o Clínico Geral, Károly Gyula Olivas Hunkár. Segundo o especialista, a partir do estresse térmico, o corpo precisa regular a sua temperatura. Isso acontece por meio do suor. “A transpiração ou o suor faz a adaptação dos vasos sanguíneos para expulsar o calor. Tecnicamente falando”, explica o profissional. Ou seja, o corpo tem seu próprio mecanismo de aliviar o calor e diminuir a sua temperatura.

“Mesmo que a temperatura ambiente esteja em torno de 45°C a 50°C. O nosso corpo se mantém por volta de 36° C a 37°C”, afirma o clínico geral. Apesar desse controle natural, é importante que tenhamos alguns cuidados necessários para que não ocorra uma desregulação da temperatura e assim, possam haver complicações na saúde.

Dessa forma, as orientações do médico para a população neste período, é beber bastante líquido, comer frutas e evitar esforços físicos, principalmente nas horas mais quentes do dia. Além disso, “é importante evitar exposição propriamente ao máximo ao sol e ao calor”.

Hunkár alerta ainda para as principais doenças que podem surgir com a elevação das temperaturas, como a Insolação, desidratação, doenças e lesões de pele, inchaço, problemas respiratórios, alterações de pressão, infarto, derrame entre outros.

O calor é um risco para a saúde da população de modo geral e para quem tem comorbidades a atenção deve ser redobrada. Aqueles que fazem tratamentos com uso de diuréticos – medicação que promove o aumento da excreção de sódio e cloreto, uma vez que o medicamento age sobre os rins – onde há naturalmente a perda de líquidos do organismo, precisam de cuidados extras com a hidratação. O clínico geral salienta que mesmo com o calor extremo, não é recomendado interromper o uso da medicação sem a orientação médica.

As  orientações gerais do especialista para a população neste período de calor, são: evitar se expor ao calor e ao sol entre às 10h e 16h; usar protetor solar, se hidratar bem, comer frutas; evitar esforços físicos excessivos; usar roupas que evitem o contato do sol diretamente com a pele.