Um fim de semana de interpretações

No sábado (9), está em cartaz a peça ‘Rato de Biblioteca’, e, no domingo (10), ‘O Pequeno Príncipe’: ambas trabalham com a metáfora

Postado em: 09-03-2019 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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No sábado (9), está em cartaz a peça ‘Rato de Biblioteca’, e, no domingo (10), ‘O Pequeno Príncipe’: ambas trabalham com a metáfora

GUILHERME MELO* 

Neste fim de semana, na Capital, há opções de trupes que interpretam o amor, o desapego e a morte de forma metafórica. A primeira é Rato de Biblioteca, neste sábado (9), às 15h e 17h, no Teatro Sesc Centro. O enredo conta a história de dois bichinhos que vivem em uma biblioteca, que está prestes a ser fechada. Produzido pela Cia. de Arte Poesia que Gira, o espetáculo trabalha com o público a importância da leitura – além de abordar temas como amizade e senso de responsabilidade. 

No domingo (10), às 10h, a Cia. Teatral Oops!.. continua com a programação, que celebra os 18 anos de existência, com o espetáculo circense O Pequeno Príncipe. A peça, que será apresentada no Bosque dos Buritis, é uma adaptação da clássica obra do escritor francês Antoine de Saint-Exupéry, mas ela não se prende ao livro e apresenta novas situações. Alterada para o palco do circo, a releitura trabalha de forma lúdica com o público por meio de palhaços interpretando os personagens clássicos do livro. 

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A metáfora é utilizada em ambas as peças como uma forma de ensinamento ao público. Lembra dessa expressão, na aula de gramática, no ensino médio? Então, ela é muito utilizada na literatura, e revela uma relação de semelhança entre dois termos. 

No teatro, a metáfora tem a mesma função e ainda consegue estabelecer uma interação com o público. “Trabalhamos com metáforas, durante as peças, para falar sobre tabus, como solidão e depressão, com todas as idades”, explica o diretor de teatro da Cia Oops!.., João Bosco Amaral. 

E a leitura? 

O espetáculo Rato de Biblioteca apresenta uma mensagem importante sobre leitura. Segundo a produtora da peça, Fernada Pimenta, “a leitura é fundamental na formação de qualquer pessoa”. O enredo gira em torno de duas moradoras de uma biblioteca, uma rata e uma traça, que tentam impedir que o local no qual vivem seja fechado por falta de público leitor. Animais que devoram o livro em busca de sobrevivência como metáfora da figura humana, em busca do conhecimento. 

A peça surge a partir da necessidade da diretora, Thaise Monteiro, de falar sobre a importância da leitura e seu incentivo. Ela decidiu, então, juntar a necessidade de falar de leitura e a encomenda de abordar o circo, e escreveu o espetáculo, no qual, para reabrir a biblioteca – que é a casa das personagens rata Mini e traça Madonna –, elas montam um espetáculo para juntar pessoas e fazer uma manifestação pacífica pela reabertura e manutenção de sua casa, a biblioteca.

Além da mensagem principal – a importância da leitura –, o espetáculo apresenta temas como amizade e respeito. “A peça é para todas as idades. Existem várias piadas e reflexões voltadas aos adultos. É importante ressaltar que o valor da leitura se estende a todas as idades, inclusive, a adultos e idosos”, explica a produtora. 

As pessoas se atém à história da rata e da traça, e, por seus movimentos e peripécia, a peça tenta trabalhar de forma lúdica – como a dança para o público. 

SERVIÇO 

Espetáculo ‘Rato de Biblioteca’

Quando: sábado (9) às 15h e às 17h

Onde: Teatro Sesc (Rua 15, nº 237, Setor Central – Goiânia) 

Ingressos: R$ 5 (trabalhadores do comércio e dependentes); R$ 6,50 (conveniados), R$ 7,50 (meia-entrada); R$ 15 (inteira) 

‘O Pequeno Príncipe’: uma releitura de se arrepiar e se emocionar 

A releitura de O Pequeno Príncipe conta com a participação dos atores João Bosco Amaral, Sol Silveira e Lino Calaça. A peça, conta a história de um piloto cai com seu avião no deserto e ali encontra uma criança loura e frágil. Ela diz ter vindo de um pequeno planeta distante. E, ali, na convivência com o piloto perdido, os dois repensam os seus valores e encontram o sentido da vida. 

Com essa história mágica, sensível, comovente e, às vezes, triste, ela só aparentemente infantil, o escritor francês Antoine de Saint-Exupéry criou há 70 anos um dos maiores clássicos da literatura universal. Não há adulto que não se comova ao se lembrar de quando o leu quando criança. Um dos livros mais traduzidos de todos os tempos, a obra marcou também a infância do diretor da companhia, João Bosco Amaral. “Quando era criança, eu fiquei fascinado com os personagens e a mensagem do livro. Agora, quero passar isso para outras crianças e adultos”, revela. 

Na montagem, o diretor adaptou, além do enredo, os personagens para trabalhar de forma mais lúdica. Os interpretes são vividos por palhaços, o que carrega para o público um ar circense no espetáculo. “Nosso objetivo é exatamente divertir e ensinar, por isso pensamos na maneira mais dinâmica para interagir com a plateia”, explica o diretor. 

E, fechar com chave de ouro a ideia de interação, os atores cantam e tocam, ao vivo, clássicos da música infantil de diferentes gerações, transformando a melodia em um fio condutor da história. Em cena, a interação com a plateia desperta a imaginação e a ludicidade nos espectadores – além de tornar a narrativa irreverente e divertida. “Catamos muitas do folclore popular brasileiro, músicas do Elvis Presley e tantas outras”, finaliza João Bosco. 

SERVIÇO 

Espetáculo ‘O Pequeno Príncipe’

Quando: domingo (10) às 10h

Onde:  Bosque dos Buritis (Av. Assis Chateaubriand, Setor Oeste – Goiânia) 

Entrada franca 

 

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