A fascinante evolução do Carnaval brasileiro

O surgimento das comunidades carnavalescas contribuíram para a popularização das festas entre a população mais pobre

Postado em: 02-02-2023 às 17h17
Por: Cecília Epifânio
Imagem Ilustrando a Notícia: A fascinante evolução do Carnaval brasileiro
A fascinate evolução do Carnaval brasileiro | Foto: iStock/ Brastock Images

Trazido para o Brasil pelos colonizadores portugueses entre os séculos XVI e XVII, iniciamente o Carnaval foi manifestando-se por meio do Entrudo, uma brincadeira popular. Com o passar do tempo, a folia foi tomando outras formas de manifestação, como um baile de máscaras.

O surgimento das comunidades carnavalescas contribuíram para a popularização das festas entre a população mais pobre.

Foi a partir do século XX, com a popularização da festa, que surgiu o samba, que possui bastante influência da cultura africana. Além do surgimento desse estilo musical, foi nesse século que começaram os desfiles das escolas de samba, um evento que acabou sendo oficializado graças ao apoio governamental. Durante esse período o Carnaval assumiu o posto de maior festa popular do Brasil.

Continua após a publicidade

Entrudo

O Carnaval chegou em terras brasileiras por meio da prática do entrudo, uma brincadeira bastante popular em Portugal. A prática se estabeleceu no Brasil durante a passagem do século XVI para o XVII, e mateve-se popular até o século XIX. Em meados do século XX, a prática acabou desaparecendo do país, por meio da repressão estabelecida contra essa brincadeira.

Cordões, ranchos e marchinhas

Mesmo com os obstáculos, os popularas não desistiram de continuar com as práticas carnavalescas. No final do século XIX, adaptaram-se às tentativas de disciplinamento policial, e foram criados os cordões e ranchos.

Os primeiros possuiam a estética das procissões religiosas com manifestações populares, como a capoeira e os zé-pereiras, tocando grandes bumbos.

Os ranchos eram cortejos praticados, em grande maiorial, por pessoas de origem rural.

Afoxés, frevos e corsos

Os primeiros afroxés (ritmo musical), surgiram na Bahia na virada do século XIX para o XX, com o objetivo de relembrar as tradições culturair africanas. Os pioneiros do afroxé foram o “Embaixada da África” e os “Pândangos da África”.

Por volta do mesmo período, o frevo começou a se manifestar pelo Recife, e o maracatu foi ganhando as ruas de Olinda.

Ao longo do século XX, o Carnaval foi se popularizando ainda mais pelo Brasil, conhecendo outras formas de realização entre a classe trabalhadora e a elite. Por volta de 1910, surgiram os corsos, com carros conversíveis da eleite carioca, desfilando pela Avenida Central, atual Avenida Rio Branco. Essa prática durou até a década de 1930.

Escolas de samba e trio elétrico

Entre as classes populara, surgiram as escolas de samba, na década de 1920. Fundada em 1928, a “Deixa Falar” é considerada a primeira escola de samba, e deu origem à Escola Estácio de Sá.

Outra escola considerada pioneira foi a “Vai como Pode”, conhecida atualmente como Portela. As escola de samba eram o desenvolvimento dos cordões e ranchos, e a primeira disputa entre elas aconteceram no Rio de Janeiro, em 1932.

Já as marchinhas convivem em notoriedade com o samba a partir da década d 1930. Uma das mais famosas foi a marchinha “Os cabelos da mulata”, de Lamartine Babo.

Em 1950, em Salvador, o trio elétrico surgiu após Dodô e Osmar utilizarem um antigo caminhão para colocar em sua caçamba, instrumentos musicais que eles tocavam e seria amplificados por alto-falantes, desfilando pelas ruas da cidade – e fizeram um enorme sucesso. O nome “trio elétrico” foi utilizado um ano depois, quando Temistócles Aragão foi convidado pelos dois.

Já em 1979, o trio elétrico passaria por uma transformação, quando Morais Moreira adicionou o batuque dos afroxés na composição.

Sambódromo e os desfiles

As escolas de samba e o carnaval carioca se tornaram uma importante atividade comercial a partir da década de 1960. Os empresários deo jogo do bicho e de outras atividades empresarias legais passaram a investir nessa tradição cultural.

A Prefeitura do Rio de Janeiro passou a colocar arquibancadas na Avenida Rio Branco, e a cobrar ingressos para quem quisesse ver os desfiles. Nesse mesmo período, São Paulo começou a desenvolver desfiles das escolas de samba do estado.

Em 1984, foi criada o Sambódromo (ou Passarela do Samba), no mandato do ex-governador Leonel Brizola. Com o desenho arquitetado por Oscar Niemeyer, a construção passou a ser um dos principais simbolos do Carnaval brasileiro.

Além de ser uma tradição cultural brasileria, o Carnaval passou a ser um negócio lugrativo para o ramo do turismo e entretenimento. Milhares de turistas vêm ao país nesta época do ano, e bilhões de reais são movimentados na produção e consumo das festividades.

Atualmente, as maiores campeãs dos desfiles das escolas de samba no Rio de Janeiro são a Portela, com 22 títulos, e a Mangueira, com 20 títulos. Já em São Paulo, Vai-Vai, co 15 títulos, e a Nenê de Vila Matilde, 11 títulos, são as maiores campeãs.

Veja Também