Dívidas: Inadimplência bate recorde e atinge 66,1 milhões de brasileiros em abril

O recorte por faixa etária mostra que os inadimplentes estão, em sua maioria, nas faixas de 26 a 60 anos de idade (35,2%) e de 41 a 60 anos (34,8%)

Postado em: 21-06-2022 às 14h25
Por: Rodrigo Melo
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O recorte por faixa etária mostra que os inadimplentes estão, em sua maioria, nas faixas de 26 a 60 anos de idade (35,2%) e de 41 a 60 anos (34,8%) | Foto: Reprodução/JL Rosa

O Indicador de Inadimplência da Serasa Experian revelou que nos primeiros quatro meses deste ano mais de 2 milhões de brasileiros não conseguem pagar suas dívidas. Com esse acréscimo, o país alcançou o número recorde de consumidores com o nome no vermelho, no total de R$ 66,1 milhões. O resultado atingiu a maior quantidade da série histórica do índice, desde que iniciou em 2016. Além disso, até em abril, a soma das dívidas chegou a R$ 271,6 bilhões.

Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, o aumento da inadimplência ao decorrer de 2022 era um cenário esperado devido a inflação de 12,13%.

Apesar disso, existem fatores que podem auxiliar o consumidor nessa situação, como o saque extraordinário do FGTS e a antecipação do pagamento do 13º salário para aposentados. Esses benefícios podem ser utilizados para reorganizar as finanças pessoais, amenizar dívidas e tentar tirar o nome do vermelho, de acordo com o economista.

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Brasileiros com acesso ao crédito

Um estudo inédito da Serasa Experian mostrou que esses 22,1 milhões de consumidores possuíam o Serasa Score abaixo de 500 e, por isso, poderiam não ser aprovados em análises de concessão feitas pelo mercado de crédito.

No entanto, essa pontuação ruim não era causada pelo nome negativado devido às dívidas, mas pela insuficiência de informações que os credores tinham sobre os possíveis tomadores de crédito, como o próprio Serasa. Esse problema foi solucionado com a implementação do Cadastro Positivo. Rabi explica como a influência do Cadastro Positivo passa a ser um fator determinante para a adimplência dos consumidores.

“A possibilidade de ter acesso a um crédito de qualidade permite às pessoas mais fôlego e capacidade de colocar as contas em dia. Além disso, com análises mais assertivas, esses tomadores evitam linhas de crédito que podem ser prejudiciais, como o cheque especial, que possui juros muito altos, podendo comprometer a quitação de dívidas”, descreve.

Com relação ao perfil das dívidas, os segmentos de bancos e cartões possui 28,1% dos débitos, enquanto contas básicas como água, luz e gás representam 22,9%. Feita a comparação com abril de 2021, o setor de Financeiras foi o que teve maior aumento na participação de inadimplência, indo de 9,6% para 12,4%.

“As financeiras costumam oferecer crédito para perfis de risco, como os de consumidores inadimplentes. Por isso, quanto mais instável ficar o cenário econômico, mais a inadimplência desse setor tende a crescer”, aponta Rabi.

O recorte por faixa etária mostra que os inadimplentes estão, em sua maioria, nas faixas de 26 a 60 anos de idade (35,2%) e de 41 a 60 anos (34,8%).

Programa permite quitar dívidas por até R$ 100

Diante do cenário registrado pelo Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas, a Serasa Experian realizou um levantamento de todas as ofertas disponíveis na plataforma Limpa Nome. Com as mais de 100 empresas parceiras, são mais de 15 milhões de ofertas que podem ser quitadas por até R$ 100 em bancos, financeiras, securitizadoras, telefonia, varejo e universidades, que oferecem descontos diferenciados.

A Serasa também contabiliza mais de 43 milhões de ofertas com opção de parcelamento, sendo que 5 milhões delas podem ser quitadas em até 24 vezes. De acordo com Aline Maciel, gerente do Serasa Limpa Nome, o nome do consumidor é retirado dos birôs de proteção ao crédito já na primeira parcela.

“Mas é fundamental que o pagamento das demais parcelas seja concluído para que a dívida não seja retomada”, observa Aline.

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