Bolsonaro culpa estados pela alta do gás e da gasolina: ‘Vamos ver quem é o vilão nessa história’

Ao lado do governador do Amazonas, Bolsonaro diz que a culpa da inflação é dos governadores e da ‘máxima: fique em casa que a economia a gente vê depois’

Postado em: 18-08-2021 às 17h31
Por: Maria Paula Borges
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Ao lado do governador do Amazonas, Bolsonaro diz que a culpa da inflação é dos governadores e da ‘máxima: fique em casa que a economia a gente vê depois’ | Foto: Reprodução.

O presidente da república, Jair Bolsonaro (sem partido), apesar de reconhecer a inflação e dar razão ao povo para reclamar, culpou os governadores pela alta de preços do gás e de combustíveis. O discurso foi feito na manhã desta quarta-feira (18/08) em Manaus, ao lado do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC).

“Sabemos que a inflação está batendo na porta de vocês, mas lá atrás grande parte dos governadores e da nossa mídia disse que deveríamos respeitar aquela máxima: ‘fique em casa que a economia a gente vê depois’”, disse o presidente.

Bolsonaro classificou os preços como absurdos e destacou que a população precisa reconhecer quem está sendo o verdadeiro ‘vilão nessa história’. Segundo o presidente o imposto federal está na casa de setenta centavos.

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Além disso, aproveitou o discurso para provocar, indiretamente, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ao lamentar que o estado paulista foi o que mais aumento o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) durante a pandemia. “O vilão não é o governo federal. A gente lamenta que alguns estados do Brasil, como o maior estado economicamente ativo, foi o estado que mais aumentou o ICMS em plena pandemia. É lamentável isso”, discursou.

O presidente voltou a afirmar ainda que o Governo Federal foi afastado das ações de combate à pandemia, devido ao isolamento social. “Só o fato de obrigarem vocês a ficar em casa, ao decretarem toque de recolher e confinamento, jogaram praticamente na miséria em torno de quarenta milhões de pessoas no Brasil. O Governo Federal fez sua parte, criou o auxílio emergencial que acabou no fim das contas atingindo sessenta e oito milhões de pessoas”, declarou.

Bolsonaro no Amazonas

Desde o colapso do sistema de saúde do Amazonas pela crise de abastecimento de oxigênio e o aumento de casos de coronavírus na segunda onda da pandemia, o presidente já foi ao estado três vezes. A primeira destas visitas ocorreu às vésperas do início dos trabalhos da CPI da Pandemia no Senado. Nesta quarta-feira (18/08), o presidente foi recebido no aeroporto pelo governador do estado, Wilson Lima (PSC), pelo prefeito de Manaus, David Almeida (Avante) e pelo amigo de Bolsonaro, o coronel da reserva Alfredo Menezes.

No primeiro trimestre, o Amazonas sofreu com um dos índices de óbito per capita mais elevados do mundo. O estado foi atingido por uma crise de falta de leitos clínicos, e os pacientes que conseguiram vaga em hospitais sofreram sem insumos e faleceram em decorrência da falta de oxigênio.

Um estudo sobre o orçamento de 2021 do Instituto Nacional de Orçamento Público (Inop), aponta que o Amazonas foi o estado que recebeu o maior corte em termos percentuais e absolutos. Foram vetados 50% dos repasses ao estado relacionados às emendas de comissão (RP2), representando um total de mais de R$ 220 milhões.

O governo é investigado na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 por ter ignorado duas ofertas da Organização das Nações Unidas (ONU) e uma do governo dos Estados Unidos (EUA) para transportar de forma mais ágil oxigênio até o Amazonas.

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