Exército brasileiro gastou R$ 19 milhões na compra de calçados com defeitos; TCU apura o caso

Caso a situação seja confirmada, irá configurar como prejuízo aos cofres públicos.

Postado em: 10-11-2021 às 10h32
Por: Ícaro Gonçalves
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Caso a situação seja confirmada, irá configurar como prejuízo aos cofres públicos | Foto: Reprodução

O Exército Brasileiro está sendo investigado no Tribunal de Contas da União (TCU) após firmar contrato para a compra de 634 mil pares de tênis no valor de R$ 53,8 milhões, dos quais muitos foram entregues com defeitos de fabricação.

A investigação começou após o Ministério Público que atua no TCU receber denúncias de que os calçados foram entregues com qualidade inferior e que alguns apresentaram defeitos ainda nos depósitos das Forças Armadas.

Em entrevista ao portal UOL, o procurador do MP no TCU Lucas Furtado disse que fez uma representação à presidente do tribunal, Ana Arraes, após “várias pessoas” relatarem problemas na qualidade dos calçados. “Há indícios de que os produtos contratados estão sendo entregues em qualidades e especificidades diferentes das estipuladas em edital”, afirmou o procurador Lucas Furtado em representação ao TCU.

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Caso a situação seja confirmada, irá configurar como prejuízo aos cofres públicos, tendo em vista que o poder público estaria desperdiçando dinheiro com produtos de baixa qualidade.

Do total de R$ 53 milhões estabelecidos no edital para a compra dos calçados, o Exército já pagou R$ 19 milhões até 22 de outubro, de acordo com o Portal da Transparência. A investigação por parte do TCU foi aberta, mas ainda está no início. O próximo passo é aguardar a análise dos técnicos da secretaria.

Histórico de problemas

A empresa responsável pelos calçados é a EBN Comércio, Importação e Exportação, que pertence ao empresário Júlio Manfredini. O empresário já foi investigado na chamada “máfia dos uniformes” e denunciado pelo Ministério Público sob suspeita de formação de quadrilha, corrupção e improbidade administrativa.

Em entrevista, representante da companhia, Sérgio Santelli, afirmou que os problemas foram na costura do solado dos calçados e atingiram menos de 5.000 pares. “Não existe nenhuma irregularidade no fornecimento efetuado”, disse.

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