Favorito de Bolsonaro: Telegram facilita disseminação de Fake News e ignora STF e MPF

Aplicativo continua circulando links com arquivos do inquérito da Polícia Federal sobre urnas eletrônicas

Postado em: 02-02-2022 às 17h45
Por: Augusto Sobrinho
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Aplicativo continua circulando links com arquivos do inquérito da Polícia Federal sobre urnas eletrônicas | Foto: Reprodução

O aplicativo Telegram e as redes de disseminação de fake news têm preocupado procuradores do Ministério Público Federal (MPF). O aplicativo tem ignorado diversas  determinações do Supremo Tribunal Federal (STF), que pedem para retirar do ar publicação com informações falsas sobre as urnas eletrônicas, e faz os órgão pensarem em solicitar o bloqueio temporário do app durante as eleições de 2022.

As publicações estão sendo compartilhadas em grupos que defendem a gestão de Jair Bolsonaro (PL) e os pedidos fazem parte do inquérito que investiga a responsabilidade dele no vazamento de dados sigilosos de investigação sobre um ataque hacker à Justiça Eleitoral. Entretanto, as mensagens e links continuam circulando no aplicativo.

A decisão, do ministro Alexandre de Moraes, deu-se devido aos links compartilhados pelo presidente sobre as urnas direcionarem os leitores para arquivos do inquérito da Polícia Federal aberto após invasão cibernética a sistemas da Justiça Eleitoral em 2018. Sem retorno do aplicativo, os arquivos tiveram que ser apagados das bases onde estavam hospedados.

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“O problema é que, neste caso do Telegram, nós não estamos falando de uma postura em defesa de usuários. O MPF está solicitando informações como um relatório de transparência. Não há perseguição de usuários”, defendeu o procurador Yuri Corrêa da Luz, o mesmo que inquiriu o Twitter a responder sobre o combate de informações falsas no Brasil.

Atualmente, o Telegram é um dos canais de comunicação prediletos do presidente, que é usado para divulgar ações de sua gestão, e possui mais de um milhão de seguidores. Bolsonaro disse, na semana passada, que o governo está “tratando” sobre o caso do aplicativo. “É uma covardia o que estão querendo fazer com o Brasil”, disse o presidente ao ser provocado sobre o tema.

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