Sari Corte é condenada a 8 anos de prisão após abandono de incapaz do menino Miguel

A Justiça de Pernambuco decretou nesta quarta-feira (1/6) a prisão de Sari Corte Real, ex-primeira dama do município de Tamandaré (PE), pela morte do menino Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos. Miguel caiu do nono andar de um prédio de luxo, localizado no centro de Recife, em 2 de junho de 2020. Ela foi presa por homicídio culposo, Sari foi condenada a 8 anos e seis meses de prisão.

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decidiu por sentenciá-la por abandono de incapaz. A pena deverá ser cumprida em regime fechado. Entretanto, Sari pode recorrer a decisão, seguindo em liberdade até ocorrer o julgamento e não ter mais nenhuma possibilidade de recursos.

Relembre

Mirtes, mãe de Miguel, havia deixado o menino no prédio sob os cuidados de Sari, pois estava sem aulas na creche em que estudava, devido a quarentena em razão da pandemia. A mãe de Miguel estava trabalhando mesmo com as medidas de dispensa proposta pelo governo como serviço não essencial durante esse período. No momento do acidente, ela estava passeando com os cachorros dos patrões.  

Miguel estava brincando com a filha de Sari dentro do apartamento, quando ele quis ir encontrar sua mãe. Sari estava fazendo as unhas quando deixou o menino ir sozinho procurar Mirtes. Imagens divulgadas pela câmera de segurança do prédio mostram Miguel entrando correndo no elevador de serviço, logo em seguida, ela aperta o botão de um dos andares altos do prédio. Após isso, o elevador se fecha.

A polícia acredita que Miguel ficou perdido pelos andares quando estava tentando achar sua mãe, ele foi do 5º até o 9º andar sozinho e escalou a grade que protege os equipamentos, caindo de uma altura de 35 metros. A investigação encontrou marcas do pé do menino próximo as grades de ar condicionado, que acabaram quebrando.

Sari escreveu uma carta de perdão para a mãe de Miguel. “Como mãe, sou absolutamente solidária ao seu sofrimento. Miguel é e sempre será um anjo na sua vida e na sua família”. Os ex-patrões foram ao velório do menino, mas Mirtes ainda não havia visualizado as ações de Sari, flagradas pelas gravações nas câmeras de segurança do apartamento. “Aquilo me bateu, sei lá, uma raiva, uma angústia, eu liguei pra ela”, disse a mãe em lágrimas. A mulher nega veemente a acusação de ter apertado o botão do elevador e promete que irá provar isso.