‘Não há provas que mostrem se a motivação foi política’ diz Polícia Civil sobre o assassinato de petista

Segundo a delegada chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, Camila Cecconello, Marcelo e Jorge não se conheciam e ao que parece, o criminoso ficou sabendo da festa através de um funcionário do Aresf (Associação Recreativa e Esportiva da Segurança Física), clube onde ele trabalhava.

Postado em: 15-07-2022 às 13h27
Por: Victória Vieira
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Para Camilla Cecconello, o crime também não se encaixa como motivação política pois não houve um impedimento de Marcello manifestar seus direitos políticos | Foto: Reprodução/ Marcos Landim/RPC

Nesta sexta-feira (15/7), durante a coletiva de imprensa feita pela Polícia Civil do Paraná, o inquérito sobre o assassinato do guarda municipal e petista Marcelo Arruda, relata que o crime não ocorreu por motivação política.

De acordo com o delegado Antônio Rogério Lopes, não há provas que mostrem o crime cometido por Jorge José da Rocha Guaranho, tenha sido feito causado por discordâncias ideológicas.

“Guaranho não foi na festa de aniversário para fazer ronda. Ele foi no intuito de provocar a vítima. Nesse primeiro momento fica muito claro que houve uma provocação por motivos políticos. Agora, quando ele volta para casa e resolve retornar à festa, não há provas que indiquem que ele voltou porque queria cometer um crime de ódio contra uma pessoa ou pessoas de outro partido político que não o dele”, afirma Lopes.

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Segundo a delegada chefe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, Camila Cecconello, Marcelo e Jorge não se conheciam e ao que parece, o suspeito ficou sabendo da festa através de um funcionário do Aresf (Associação Recreativa e Esportiva da Segurança Física), clube onde ele trabalhava.

“Guaranho tinha o hábito de diariamente checar as câmeras por ter um cargo ali no clube. Essa pessoa era um funcionário do clube onde a festa do petista acontecia”, informou. “Segundo depoimento das testemunhas, ambos haviam ingerido álcool, mas a vítima não estava em estado de embriaguez. Já com relação ao Guaranho, algumas testemunhas afirmam que ele estava bem alterado, apresentando sinais de embriaguez. Ainda não temos o laudo do hospital relatando o teor alcoólico recente”, comenta a delegada.

Para Camilla, o crime também não se encaixa como motivação política, pois não houve um impedimento de Marcello manifestar seus direitos políticos.

“É difícil nós falarmos que é um crime de ódio, que ele matou pelo fato de a vítima ser petista. É complicado a gente dizer que esse homicídio ocorreu porque o autor queria impedir os direitos políticos da vítima. Parece mais uma coisa que se tornou pessoal”, disse a delegada.

Como o crime aconteceu?

De acordo com os investigadores do caso, Guaranho foi ao clube onde estava acontecendo a festa de Marcelo com o tema do PT (Partido Dos Trabalhadores). Ele estacionou o carro que estava com uma música de apoio ao Bolsonaro, em alto volume. Irritado com a atitude de Guaranho, Marcelo saiu do local atirando um punhado de terra sobre o carro do suspeito.

Logo em seguida, os dois começaram a discutir. Guaranho foi embora e a família com medo de algo acontecer, pediu ao porteiro do local que impedisse a entrada do policial, caso ele voltasse. Entretanto, o funcionário não conseguiu contê-lo. Marcelo ao ser avisado havia voltado, pegou uma arma para se defender. Os dois estavam com arma de fogo e sacaram um contra o outro. A mulher de Marcelo até tentou intervir na discussão, mas não teve sucesso. Tanto Marcelo, quanto Guaranho pediram que um abaixasse a arma. Guaranho, então, atirou primeiro.

Desfecho

O caso foi concluído na manhã de hoje. Guaranho ainda está em estado grave e responderá por homicídio duplamente qualificado, ou seja, quando alguém comete crime imoral e causa perigo comum.

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